Estamos vivendo num mundo onde as pessoas estão cada vez mais cuidando do outro do que de sí.
Olhamos mais a tela do celular do que para nós mesmos.
Olhamos mais pra fora do que pra dentro.
E neste movimento estamos nos perdendo, desistindo de nossa própria essência.
Pessoas trabalham arduamente para conseguir a self ideal e manter a pose de vida perfeita, mesmo que em meio ao caos.
Onde vamos parar com isso tudo? Esta pode ser a pergunta que não quer calar.
Pessoas vão às redes sociais darem satisfação de suas vidas. Estão ignorando os princípios básicos da sobrevivência. Diz a sabedoria popular que devemos guardar nossos projetos e sonhos até que tudo esteja consumado.
Não é isso que estamos presenciando. O que há é uma série de pessoas que compartilham desde o acordar ao adormecer.
Um movimento constante e incessante de informações em busca de likes e de views.
Coraçõezinhos, mãozinhas e lá vamos nós em direção à vida perfeita.
Será que isso tudo terá volta? Esta pode ser a pergunta de um milhão de dólares.
Um dia talvez vamos acordar e dar ouvido às nossas dores.
Não é a toa que a depressão tem se tornado uma pandemia e que muitos já tenham perdido a empatia e se entregado a apatia completa e plena.
Dizem que vivemos de ciclos, o que significa que as coisas vão e voltam numa velocidade que não podemos controlar.
A moda é o principal termômetro disso tudo. Vira e mexe e as roupas de nossos antepassados voltam a ocupar nosso guarda-roupa.
A questão aqui é que estamos nos perdendo de tal maneira que vejo que em muito breve não teremos mais pra onde ir e tão pouco pra onde voltar.
Esse parece ser mesmo um caminho só de ida e neste processo estamos definindo que nossos filhos serão escravos das mídias sociais e prisioneiros de seus próprios quartos, de onde já hoje relutam em sair.
Pobre humanidade, pobre de nós. O que um dia pareceu um sonho tem se transformado num grande pesadelo, de onde ninguém quer acordar.
Se for tarde demais só nos resta o lamento. Somos os últimos. Os únicos que poderão um dia sentar com o celular na mão em busca de mais um video curto e lembrar com saudade de uma época que já não existe mais.
E, por vias das dúvidas, se você gostou desse escrito deixe seu like, compartilhe com os amigos e se inscreva no canal, afinal nesta dança macabra só nos resta mesmo aumentar o volume e dançar.
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Luiz Fernando Fernandes é jornalista em Cuiabá.