A variação cambial, juros elevados e interferências climáticas são apontadas pelo Grupo Pereira, com sede em Primavera do Leste, como alguns dos fatores determinantes para que a diretoria entrasse com pedido de recuperação judicial com um passivo de R$ 30 milhões.
Com mais de duas décadas no ramo, os empresários rurais Erico Piana Pinto Pereira, Neiva Piovesan Pereira e Péricles Piovesan Pereira afirmam que o setor do agronegócio tem sido amplamente prejudicado pela crise econômica.
Além das secas prolongadas dos últimos anos, eles apontam a doença da ferrugem da soja como outro fator que teria trazido prejuízos à produção, marcando o início do desequilíbrio financeiro.
Emaranhado de dívidas
Foi então que o grupo se viu perdido em meio a um emaranhado de dívidas, como explica o advogado Euclides Ribeiro, da ERS Consultoria e Advocacia e responsável pelo processo.
“Apesar de toda a experiência no setor, nos últimos anos, as dívidas se avolumaram. E mesmo após fazer uso de terrenos, imóveis urbanos e veículos como forma de pagamento aos credores, não restou alternativa senão ingressar com o pedido de recuperação judicial”.
Segundo o advogado, essa é a mesma história de muitos outros pioneiros que tiveram que abandonar a atividade.
“O cenário é devastador e preocupante e está impondo a perda de terras e criando a exclusão definitiva do maior responsável pelo agronegócio no Brasil, o produtor rural”, conta.
O advogado afirma que fazer uso da ferramenta da recuperação judicial é essencial para proteção do direito à atividade.
“É a melhor forma de uma permissão legal para que os devedores, juntamente com seus credores, negociem uma forma de manter a fonte produtora de empregos, receitas e tributos”, finaliza Euclídes.
À espera do deferimento
A partir do deferimento do Pedido de Recuperação Judicial, o processo tem continuidade com a elaboração do plano de recuperação, em que a empresa expõe as dívidas e a proposta de pagamento aos credores.
Com mais de duas décadas no ramo, o Grupo Pereira desenvolve suas atividades em 1.200 hectares de terras próprias, além de arrendar 1.500 hectares para o cultivo das lavouras de soja, milho, feijão, algodão, milheto e crotalaria. Nos períodos de safra, são geradas dezenas de empregos.
(Com assessoria)