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Crime organizado mostra capacidade de infiltração em Mato Grosso

Procurador e ex membro do Gaeco, Roberto Turin, diz que estado precisa trabalhar para evitar o descontrole das facções

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Crime organizado mostra capacidade de infiltração em Mato Grosso
Foto: Ednilson Aguiar/O Livre

A violência e a influência do crime organizado já aparecerem em Mato Grosso, apesar da distância dos grandes centros urbanos e da população menor. As duas características, cidades populosas e grande volume econômico, são partes da disseminação das facções criminosas. 

No Brasil, os exemplos mais antigos são Rio de Janeiro e São Paulo. As recentes operações policiais, no entanto, mostram que as facções estão com um amplo espaço de atuação em Mato Grosso e em crescimento. As brigas entre grupos e a implicação de políticos nos negócios criminosos mostram o alcance dos tentáculos do crime. 

O procurador de Justiça Aparecido Roberto Turin, ex-integrante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), por duas vezes, diz que Mato Grosso vive um momento delicado que pode piorar e chegar ao descontrole.    

“Mato Grosso é um estado pequeno, em termos de população, e meio periférico, em termos de poder nacional, indústria, então, nós sentimos um pouco menos [a pressão do crime organizado]. Mas já estamos sentindo coisas que Rio de Janeiro e São Paulo têm há muito mais tempo. Nós precisamos ficar atentos, senão chegaremos na realidade de lá”, disse. 

A dificuldade de controlar a organização crime existe em mais de um ponto. Segundo Turin, o estado já começa a trabalhar um passo atrás das facções. O assédio e a integração de novos membros são ações discreta e quando a força policial se volta para o problema, a organização do crime já está avançada e tem capacidade de substituir com rapidez os membros. 

Outro fator é a difusão das ações criminosas. As áreas aonde as facções se infiltram são diversas. Vão do social, com o alistamento de pessoas ao econômico, com a circulação de dinheiro e uso de setores comerciais para a lavagem de dinheiro. 

As facções chegam até à política e cooptam agentes públicos e partidos políticos para o crime. A percepção mais justificativa por políticos investigados ou citados em operações policiais, em relação com o crime organizado em Mato Grosso, é a dificuldade de identificar os agentes criminosos. 

 “Não é um combate fácil, precisa ser contínuo, porque se tira um grupo e surge outro, estão sempre um passo à frente do Poder Público em termos de punição. A resposta do Poder Público não ser só punição, tem que ser de inteligência, diminuir o uso do dinheiro [por lavagem], regular as atividades econômicas mais utilizadas para fazer a lavagem do dinheiro do crime”, disse o procurador.  

As operações policiais mais recentes mostram a diversificação das facções criminosas também em Mato Grosso. Elas já utilizaram casas de shows e espetáculos, estádios poliesportivos e competições esportivas. Segundo as investigações, há indícios de que em todas elas houve a participação de agentes públicos em certo grau. 

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