Ednilson Aguiar/Olivre
Fabiana Oliveira diz que a construtora JCN não cumpriu com o prometido no projeto original do residencial
A primeira coisa que a empregada doméstica Fabiana Oliveira vê ao abrir a janela do seu quarto é um terreno baldio, onde o mato se multiplica. O lote abandonado é só mais um na lista de itens que causam dor de cabeça aos moradores do Residencial São Francisco, bairro popular construído pela empresa de Júlio Neto, filho do ex-governador Júlio Campos.
As casas construídas pela JCN Construtora e Incorporadora, empresa de Júlio, apresentaram problemas como infiltrações, rachaduras e instalações elétricas precárias. A primeira das três etapas do projeto foi entregue em 2012 e até o momento, segundo os moradores, os problemas não foram solucionados.
“A maioria do que foi prometido aqui não foi feito. Este terreno baldio aqui do lado da minha casa é uma vergonha, para resolver o problema eu já pensei em fazer até uma horta comunitária”, falou Fabiana Oliveira.
Ednilson Aguiar/Olivre
No entorno do residencial há ainda mais problemas, a creche e o postinho de saúde prometidos nunca vieram. “Quando eu fui falar com o engenheiro responsável pela obra ele virou para mim e disse que nós não poderíamos reclamar porque pelo valor que a gente estava pagando o que foi entregue está de bom tamanho”, relembra a moradora Priscila Ferreira.
“Toda vez que ele aparece aqui eu vou atrás dele. Uma vez de tanto eu reclamar ele trouxe os brinquedos e colocou de qualquer jeito lá onde era para ser a pracinha. Agora ele nem aparece mais ou passa ali por baixo para não me encontrar”, prossegue Fabiana.
Na primeira etapa do São Francisco, a parte já concluída da obra, é possível ver casas que foram abandonadas. Segundo a própria construtora, a Caixa proibiu a venda de 16 imóveis daquela etapa por entender que não atendiam as exigências estruturais mínimas. Outras casas foram abandonadas pelos próprios moradores.
Ednilson Aguiar/Olivre
Anderglayson e Priscila Freitas reclamam que a casa onde moram foi entregue com problemas na instalação elétrica, goteiras e falhas no telhado
“Já veio gente da Caixa aqui, olhou e avaliou a nossa casa, concordou que existia falhas e que deveria ser reprovada, mas nunca mais voltaram”, narrou Andergleison Campos, marido de Priscila.
Outro lado
A reportagem do LIVRE entrou em contato com Júlio Neto e com a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal para questionar sobre os problemas apontados pelos moradores.
Apesar de oferecer um prazo de 30 dias para solucionar o problema, Júlio adiantou que qualquer reclamação dos moradores deve ser feita à Caixa, que o banco mais tarde repassaria às críticas à JCN.
A assessoria de imprensa da Caixa enviou nota de esclarecimento informando que o banco não tem qualquer responsabilidade nem pela construção e nem pela fiscalização das obras do Residencial São Francisco.
Confira a nota na íntegra
A Caixa Econômica Federal informa que não é responsável pela construção e nem fiscalização das obras do Residencial São Francisco, localizado em Várzea Grande-MT.
Atenciosamente.
Assessoria de imprensa da CAIXA
Regional Mato Grosso