O deputado espanhol pelo partido Vox, Francisco José Contreras, “comemorou” em seu twitter, o avanço do “fascismo” na Hungria. Político liberal-conservador, Contreras deixou bem claro no tweet seguinte que se tratava de sarcasmo, pois alguns internautas não entenderam a piada.
O termo foi utilizado pelo deputado para escarnecer a esquerda, que, por vezes, utiliza tal palavra ao designar vários pontos contrários a suas ideias. O “fascismo” húngaro exposto pelo político espanhol é, na verdade, a queda no número de abortos e de divórcios no país, além do aumento significativo de nascimentos de bebês, fatos de extrema importância para Contreras e todos os conservadores do mundo, mas péssimos para os esquerdistas.
Os seguintes números sobre a Hungria foram apresentados pelo parlamentar em sua rede social:
- os abortos caíram de 40.449 em 2010 para 25.901 em 2020;
- os nascimentos aumentaram de 90.335 a 92.233;
- a taxa de divórcios caiu de 23.873 para 15.210; e
- os nascimentos dentro do matrimônio aumentaram de 52% para 61%.
Contreras, ainda em tom sarcástico, completa sua postagem com a seguinte frase: “Terrível retrocesso referente da diversidade familiar e dos direitos das mulheres!”.
A luta contra o aborto na Hungria
Embora o aborto na Hungria seja permitido até a 18ª semana de gestação, mudanças constitucionais vêm ocorrendo para barrar essa prática hedionda. Para desespero da oposição, tais modificações contam, inclusive, com o apoio do Primeiro-Ministro húngaro Viktor Orbán, segundo o site Reporting Democracy.
Ainda de acordo com esse site, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já se declararam fortemente contrárias às leis que tentam diminuir o aborto no país do leste europeu. Essas instituições alegam que controlar e erradicar o aborto seria tolher direitos humanos.
Declaração de Consenso de Genebra
Em 2020, a Hungria e 31 outras nações – incluindo o Brasil – assinaram a Declaração de Consenso de Genebra, cujos objetivos principais são melhorar a saúde da mulher e preservar a família.
O documento deixa claro que o direito ao aborto não existe e que “não se deve promover o aborto como método de planejamento familiar em nenhum caso”.