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Em Mato Grosso, alunos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) do campus de Pontes e Lacerda tiveram, pela primeira vez em seis anos, de custear a própria viagem para que pudessem participar da final da Olimpíada Nacional em História do Brasil, em Campinas (SP), neste final de semana.
Ao contrário dos anos anteriores, a verba destinada pelo Ministério da Educação (MEC) não foi o suficiente para cobrir os custos, relatou a professora de História Manuela Arruda da Silva.
“Campinas é uma cidade muito cara para os nossos padrões, mas nós, professores e a diretora, fizemos um esforço e tiramos dinheiro do próprio bolso porque acreditamos que seja um investimento para o futuro desses alunos. Não é um gasto”, disse.
Os estudantes, por sua vez, além de emprestar dinheiro dos professores, fizeram rifas e foram atrás de doações para que conseguissem viajar. Evelyn Costa, de 15 anos, e outros dois colegas de equipe não pensaram em desistir, apesar das dificuldades.
“Todo mundo se mobilizou porque estavam muito orgulhosos da nossa conquista. Para mim, tem sido a realização de um sonho. Andei de avião pela primeira vez e conheci a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que é maior que a minha cidade”, relatou.
Problemas em Roraima
O Instituto Federal de Roraima também teve três equipes selecionadas para a final e os alunos fizeram rifa, pediram doações aos colegas e emprestaram dinheiro da diretora. “A escola toda ajudou, então, essa é uma conquista de todo mundo”, afirmou Rafaela Pereira, de 32 anos, professora de História.
Cristina Meneguello, coordenadora do evento, diz que a competição sofreu redução no repasse do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Eles receberam R$ 150 mil – no ano passado o valor foi de R$ 200 mil. A verba é insuficiente até para bancar as passagens das equipes com maior pontuação.
Das 307 equipes de todo o País selecionadas para a final, 203 são de três Estados do Nordeste – 66% do total. Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia foram os que tiveram o maior porcentual de equipes selecionadas.
“Desde a primeira edição, esses Estados sempre se destacam na quantidade de inscritos e de finalistas. Há valorização desse tipo de atividade”, diz Cristina. Procurado para comentar a redução de recursos, o MEC não se posicionou até anteontem.