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Com o Cuiabá na série A, já podemos sonhar com mato-grossenses na Copa?

Presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Aron Dresch conversou com o LIVRE e contou o que mudou desde janeiro de 2021

4 minutos de leitura
Com o Cuiabá na série A, já podemos sonhar com mato-grossenses na Copa?
(Foto de Pixabay)

O primeiro jogo está próximo e ontem (7) conhecemos os 26 nomes que vão representar a seleção brasileira na Copa do Mundo do Qatar. E a pergunta que não cala é: agora que Mato Grosso tem um time na série A do futebol brasileiro, já podemos sonhar com um mato-grossense na lista que será divulgada daqui a quatro anos?

Presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Aron Dresch contou ao LIVRE o que mudou para o esporte no Estado desde que o Cuiabá subiu para a primeira divisão. E a resposta para a pergunta de cima está no investimento que tem sido feito nas categorias de base.

“Pela primeira vez na história, vamos realizar um campeonato mato-grossense sub-11 e sub-13. Há cinco anos consecutivos – com exceção do ano da pandemia – realizamos o sub-15, sub-17 e sub-19. E, neste ano, o Cuiabá foi campeão brasileiro de aspirantes, o sub-23. Foi um feito inédito e muito importante e foi conquistado utilizando alguns jogadores que passaram pela base de outros clubes de Mato Grosso”, exemplificou Dresch.

Plantando agora para colher no futuro

O que isso significa na prática? Que Mato Grosso, num futuro breve, pode começar a receber uma espécie de “royalties” quando alguns desses meninos deslancharem na carreira e, quem sabe, estiverem jogando fora do Brasil.

Dresch explica que, quando um jogador é vendido, o primeiro time pelo qual ele atuou também tem direito a uma porcentagem dessa transação. O que acontece com Mato Grosso – e que a federação vem tentando mudar -, no entanto, é que os meninos saem do Estado antes de atuar em times daqui.

“Hoje, se nós tivermos um jogador de Mato Grosso que iniciou a carreira atuando já no eixo Rio-São Paulo, ou em qualquer outro time grande do país e ele for vendido, vamos supor por 10 milhões de euros, todo esse dinheiro fica com o time em que ele está. Mas se nós tivermos um registro de que ele participou de um de nossos campeonatos de base, quando ele tinha 12, 13 anos, então esse time que ele representou aqui também ganha”, explica o presidente.

Um mato-grossense (quase) na Copa

Um exemplo claro dessa perda de talentos, segundo Dresch, é a história do zagueiro Rafael Tolói, 32 anos. Nascido em Glória D’Oeste (310 km de Cuiabá), ele joga hoje no time italiano Atalanta e, é possível arriscar: só não estará na Copa do Mundo do Qatar porque a Itália acabou não se classificando para o mundial deste ano.

Tolói, no entanto, nunca jogou em Mato Grosso. Iniciou sua carreira nas categorias de base do Goiás e, entre outros times, passou pelo São Paulo antes de chegar ao clube italiano, do qual se tornou capitão.

No ano passado, foi convocado para defender a seleção da Itália nas eliminatórias da Copa. Pela seleção brasileira, jogou apenas nas categorias de base. Participou da conquista do Campeonato Sul-Americano Sub-20.

E o presente?

Mas nem só de futuro o futebol de Mato Grosso sobrevive. O feito do Cuiabá – chegar à série A do brasileirão, algo que não era feito por um time do Estado desde 1986 – também trouxe destaque para outras equipes mato-grossenses.

“Ter um time na série A aumenta o interesse do público pelo futebol regional e, consequentemente, o investimento. Hoje, a federação custeia toda logística do campeonato estadual, mas os times também têm conseguido fazer mais, porque estão recebendo mais. Além disso, um time na série A ajuda as outras equipes a trazerem jogadores mais técnicos. Eles vêm vislumbrando se destacarem e serem observados pelo time da primeira divisão”, conta o presidente.

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