Cidades

Cinco trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados em Chapada

Gestante de 6 meses e criança de 2 anos, familiares de um dos trabalhadores, também foram resgatados

2 minutos de leitura
Cinco trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados em Chapada
(Foto: Ministério do Trabalho)

O Ministério do Trabalho divulgou ontem (22), que 5 trabalhadores vivendo em condições análogas a de escravos foram resgatados em Chapada dos Guimarães (70 km de Cuiabá) durante uma operação no dia 10 de agosto.

No mesmo local, ainda se encontrava a esposa de um deles, grávida de 6 meses, e um filho, uma criança de dois anos.

A ação foi realizada por uma equipe de auditores-fiscais de Mato Grosso. Segundo a equipe, os trabalhadores estavam alojados em condições desumanas, sem qualquer cuidado com a saúde e segurança.

“Eles dormiam em colchões em mal estado de conservação no chão,apoiados apenas sob tábuas e blocos de construção, uma vez que não havia camas no dormitório. O alojamento improvisado apresentava instalações elétricas irregulares, com fiação exposta em todos os cômodos, e muitas frestas nas paredes de madeira, que permitiam a entrada de vários tipos de animais no local, como escorpiões, insetos e morcegos”, afirmou um auditor membro da equipe.

Durante a fiscalização, ainda foi encontrada uma cobra próxima ao local onde eram armazenados os poucos mantimentos destinados à alimentação dos resgatados.

“O local onde pernoitavam os trabalhadores ainda era utilizado para armazenar materiais de construção, o que contribuía para a falta de higiene e o aparecimento de animais. A alimentação era insuficiente e de baixa qualidade, era utilizado sal para trato com gado e na preparação das refeições”.

De acordo com a fiscalização, os resgatados foram cooptados em Cuiabá e levados para trabalhar em uma obra de construção civil próxima à rodovia MT-403, na zona rural de Chapada. Um dos trabalhadores foi trazido por um arregimentador do Maranhão para trabalhar na região.

Segundo a equipe de auditores-fiscais, além das condições degradantes, os trabalhadores não tinham carteira assinada, nem descanso semanal remunerado e nem nenhum direito trabalhista garantido.

Após a ação de resgate, os trabalhadores retornaram à Cuiabá e foi exigido o pagamento das verbas rescisórias pela empresa responsável, no valor total de R$ 30.710,00, como também foi liberado o seguro-desemprego para os trabalhadores resgatados. O trabalhador maranhense recebeu também a passagem para retornar ao seu estado de origem.

Ao final da ação será elaborado um relatório, que será enviado ao Ministério Público do Trabalho, à Defensoria Pública da União e ao Ministério Público Federal, para que sejam tomadas medidas judiciais cabíveis quanto ao dano moral individual e coletivo e a apuração do crime previsto no art. 149 do Código Penal Brasileiro.

A equipe do Protejo Ação Integrada fez o atendimento inicial dos trabalhadores para que sejam incluídos em ações de capacitação e qualificação, que vão reduzir a vulnerabilidade e a suscetibilidade dos trabalhadores a outros episódios de exploração.

(Com Assessoria)

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes