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Cerca de 250 alunos podem ficar sem transporte escolar em Colíder

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Cerca de 250 alunos podem ficar sem transporte escolar em Colíder

Mayla Miranda

Escola Estadual Café Norte

Prefeito

Perda de mais de 15 dias de aulas e a insegurança sobre a continuidade do ano letivo nas escolas rurais. É o que estão passando mais de 250 alunos das escolas das comunidades Palmital, Café Norte e Nova Galileia, pertencentes ao município de Colíder (634 km de Cuiabá).

No início do ano letivo, a prefeitura municipal suspendeu o transporte das escolas mantendo apenas o turno vespertino, excluindo os alunos da manhã e os alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) que precisam do transporte no período noturno.

Após várias manifestações e intervenção da Secretaria de Estado de Educação, o transporte voltou a circular pelo período de 45 dias.

De acordo com a diretora da escola rural Café Norte, Adriana de Lima, que atende de crianças de seis anos até o ensino de jovens e adultos, os alunos já perderam mais de 15 dias de aula por conta da interrupção dos serviços no início do ano.

“Eu estou enfrentando muitas dúvidas e sofrimento dos meus alunos que não sabem se vão conseguir finalizar o ano. Temos aqui muitos adultos que hoje estão tendo a oportunidade de terminar os seus estudos, mas estão com o sonho ameaçado, porque são carentes e, sem o transporte, não vão conseguir ir à escola. Nós precisamos deste transporte senão vamos enfrentar uma evasão escolar sem medidas”, desabafou a diretora.

Outro grande problema enfrentado pelas unidades escolares é a unificação de turmas, onde na mesma sala deveriam estudar crianças em turmas diferentes.

“Uma professora vai ter que dar aula a uma criança da quinta e sexta série ao mesmo tempo. Isso pode gerar uma grande confusão na cabeça de quem está aprendendo”, afirmou a diretora.

Para justificar a unificação, o prefeito Noboru Tomiyoshi (PSD) disse que nove ônibus cedidos pela Secretaria de Estado de Educação teriam um alto custo de manutenção para o município e, por esse motivo, não poderia ficar disponível nos três períodos.

“Os serviços estão mantidos e o transporte está sendo feito normalmente. Os custos são altos e o número de alunos é bem atendido com um ônibus. Estas escolas são estaduais, então, compete ao Governo Estadual fazer a adequação dos espaços, redimensionando os já existentes, haja vista que a exemplo de outras escolas, com o mesmo número de salas atendem o mesmo número de alunos com o transporte sendo feito em apenas um período”, disse Noboru.

Contrapondo a alegação, o vereador Ricardo Rezende (PSDB) afirmou que o impacto da suspensão do transporte e a unificação trazem mais problemas do que solução aos alunos. Rezende diz ainda que os parlamentares foram procurados pelos representantes das comunidades escolares para intervir contra as alterações.

“A nossa cidade é a única dos 141 municípios que está tentando fazer essa alteração que prejudica o filho dos agricultores. Muitos deles ajudam os pais e, sem o transporte público nos horários comuns, dificulta muito para ele. Essa decisão não passa pela Câmara de Vereadores, mas estamos juntos a essas famílias na tentativa de garantir que o direito deles não seja perdido”, afirmou o parlamentar.

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