Cidades

Capivara: saiba qual é a relação da febre maculosa com o animal

Mesmo sendo um animal selvagem, a capivara está no coração dos mato-grossenses e anda livremente em parques da Capital

4 minutos de leitura
Capivara: saiba qual é a relação da febre maculosa com o animal
(Foto: Gustavo Duarte / Prefeitura de Cuiabá)

A capivara é um dos hospedeiro do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), que é o transmissor da febre maculosa, uma doença que tem preocupado as autoridades de saúde devido ao aumento no número de casos no Brasil. Segundo registros, o país registrou 50 casos da doença em 2023, resultando em seis óbitos.

Recentemente, três pessoas que estiveram em um evento na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), faleceram com sintomas da doença, sendo que uma delas, uma mulher de 36 anos, teve o diagnóstico confirmado.

Em Mato Grosso, segundo dados do Ministério da Saúde, a última morte pela doença foi em 2014 e, desde então, não houve vítimas fatais no Estado. Contudo, com o aumento dos casos diagnosticados pelo país e a ligação da doença com a capivara, animal que vive no coração do mato-grossense e em muitos parques da cidade, as formas de contágio pela doença passaram a ser alvo de atenção.

Qual a relação da febre com a capivara?

A febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que é transmitida pelo carrapato-estrela. Esse carrapato, encontrado em diversos animais, incluindo capivaras, desempenha um papel fundamental na disseminação da doença.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa/situacao-epidemiologica/obitos-por-febre-maculosa-brasil-regioes-e-unidades-federadas-infeccao-2007-2023/view
Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa.

As capivaras são hospedeiras desse carrapato e podem apresentar bactérias na corrente sanguínea por até três semanas quando infectadas, podendo levar à morte ou à cura. Durante esse período, as capivaras podem transmitir o agente infeccioso para outros carrapatos que as parasitam, contribuindo para a disseminação da bactéria para outros animais no ambiente.

Além disso, a presença de capivaras em áreas urbanas representa um risco adicional, uma vez que aumenta a proximidade entre humanos e esses animais. Isso aumenta o potencial de exposição às picadas de carrapatos infectados, aumentando o risco de contrair a febre maculosa.

Sintomas

Os sintomas iniciais da febre maculosa são semelhantes aos de outras infecções, incluindo febre alta, dores de cabeça e no corpo, perda de apetite e fadiga. Posteriormente, podem surgir pequenas manchas avermelhadas que crescem e ficam elevadas.

A doença pode se agravar com náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais, dores musculares persistentes, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e na sola dos pés, além de gangrena nos dedos e orelhas. Em casos mais graves, pode ocorrer paralisia, começando nas pernas e avançando até os pulmões, levando à parada respiratória.

Como agir nos locais onde tem animais

A prevenção da febre maculosa baseia-se em evitar o contato com o carrapato. Em áreas onde haverá exposição ao carrapato, algumas medidas podem ajudar a evitar a infecção, como usar roupas claras para facilitar a identificação do carrapato, utilizar calças, botas e blusas de manga comprida ao caminhar em áreas arborizadas e gramados, evitar áreas com grama ou vegetação alta e utilizar repelentes de insetos. É importante também remover o carrapato corretamente com uma pinça, sem apertá-lo ou esmagá-lo, e limpar a área da mordida com álcool, sabão e água.

População deve evitar se sentar na grama, onde o carrapato costuma se esconder. (Foto: Luiz Alves / Secom-Cuiabá)

O diagnóstico precoce da febre maculosa pode ser desafiador nos primeiros dias da infecção, pois os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças. É fundamental que profissionais de saúde questionem os pacientes sobre a possibilidade de exposição a carrapatos em ambientes como matas, florestas, fazendas e trilhas ecológicas. Exames laboratoriais são utilizados para confirmar o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento da febre maculosa envolve o uso de antibióticos específicos, que devem ser administrados nos primeiros dois ou três dias da infecção para obter melhores resultados. O Ministério da Saúde recomenda que o tratamento seja iniciado assim que os primeiros sintomas surgirem, mesmo sem o diagnóstico confirmado. Em casos graves, pode ser necessária a internação do paciente. A terapia é geralmente aplicada por sete dias, seguida de três dias adicionais após o término da febre.

 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
1
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes