Vários caminhoneiros foram encontrados vivendo em condições análogas à escravidão na empresa Minerva Foods, antiga Sadia, em Várzea Grande.
Ao menos quatro pessoas foram ouvidas no fim da tarde desta segunda-feira (6) e outras estavam a caminho para também contarem as condições em que estavam vivendo.
Conforme o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por uma das vítimas, que afirmou que ele e outras pessoas estariam sendo obrigados a permanecer no interior da empresa há vários dias.
Todas as vítimas trabalham em uma transportadora que presta serviço para a empresa. Eles são de São Paulo e do Paraná.
Os caminhoneiros disseram aos policiais que os seguranças não permitiam que eles saíssem do local, que não tinha banheiros adequados, nem alojamento. E, por isso, eles estavam dormindo dentro de seus caminhões e fazendo as necessidades fisiológicos ao redor do veículo.
Os policiais entraram em contato com o chefe da segurança da Minerva Foods, que disse estar apenas cumprindo normas da empresa e que precisava de uma autorização da transportadora em que os caminhoneiros trabalhavam para que a saída deles fosse liberada.
O supervisor geral da segurança e quatro vítimas foram encaminhadas à Central de Flagrantes de Várzea Grande. As demais estavam a caminho durante a confecção do primeiro boletim de ocorrência.
A Polícia Civil deverá ouvir as vítimas, os seguranças e os responsáveis pelas empresas para investigar se os crimes de redução à condição análoga a de escravos, constrangimento ilegal, frustração de direitos assegurado pela lei trabalhista e sequestro e cárcere privado realmente aconteceram.
A reportagem tentou, mas até o momento não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Minerva.
