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Café vs. Cafeína: pesquisa aponta diferenças significativas nos efeitos cerebrais

Segredo não está apenas na substância, mas no ato de consumir a bebida

3 minutos de leitura
Café vs. Cafeína: pesquisa aponta diferenças significativas nos efeitos cerebrais
(Foto: Reprodução Gabriela Sanda/Pixabay)

Pesquisadores portugueses investigaram se o efeito estimulante do café se devia às propriedades da cafeína ou à experiência de beber a bebida e chegaram à conclusão de que o processo tem lá seus prazeres e vantagens. O tradicional cafezinho, quando consumido da forma tradicional, nos deixa não só acordados, como com o cérebro preparado para o trabalho.

Então, para chegar a essa conclusão, eles recrutaram pessoas que consumiam pelo menos uma xícara de café por dia. Eles as instruíram a não consumir alimentos ou bebidas com cafeína por pelo menos três horas antes do estudo.

Dessa forma, durante o experimento, realizaram duas varreduras de ressonância magnética funcional (fMRI). Uma antes e outra 30 minutos após a ingestão de cafeína pura ou uma xícara padronizada de café. Nas varreduras, os participantes receberam orientações para  relaxar e permitir que suas mentes vagassem.

Devido aos conhecidos efeitos neuroquímicos do café, os pesquisadores esperavam que as varreduras de fMRI mostrassem uma maior integração de redes cerebrais associadas ao córtex pré-frontal, responsável pela memória executiva, e à rede do modo padrão, envolvida em processos de introspecção e autorreflexão.

Análises sobre o consumo do café

O cultivo do café é utilizado em pequenas propriedades familiares, e possui alta rentabilidade em menores áreas. – Foto: Lucas Diego-Seaf

Os cientistas descobriram que a conectividade da rede do modo padrão diminuiu tanto após beber café quanto após consumir cafeína pura. Identificaram ainda que ambas as substâncias deixavam as pessoas mais preparadas para transitar do repouso para a realização de tarefas.

No entanto, beber café também aumentou a conectividade em redes cerebrais relacionadas à memória de trabalho, controle cognitivo e comportamento direcionado a metas, como a rede visual superior e a rede de controle executivo direito.

Os pesquisadores não observaram os mesmos efeitos quando os participantes ingeriram apenas cafeína. Em resumo, se você deseja se sentir não apenas alerta, mas também pronto para agir, a cafeína por si só não será suficiente – é necessário saborear aquela xícara de café.

Lacunas do estudo

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(Foto: Porapak Apichodilok / Pexels)

Os pesquisadores apontam que a experiência de beber café sem cafeína pode proporcionar esses benefícios, mas o estudo não foi capaz de diferenciar os efeitos da experiência em si dos efeitos combinados da experiência com a cafeína.

Além disso, existe a hipótese de que os apreciadores de café relataram benefício por conta do alívio dos sintomas de abstinência.

Embora as alterações na conectividade tenham sido analisadas durante um estado de repouso, os pesquisadores ressaltam que a associação com processos psicológicos e cognitivos foi interpretada com base nas funções comuns atribuídas às regiões e redes cerebrais identificadas, mas não foram testadas diretamente.

Eles sugerem que estudos futuros explorem possíveis diferenças individuais no metabolismo da cafeína entre os participantes, a fim de obter uma compreensão mais aprofundada dos efeitos do café no cérebro humano.

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