Choveu, mas pouco tempo depois o calor está forte de novo? A sensação de amenidade ligeira das temperaturas altas tem acontecido por causa da quantidade de chuva abaixo da necessária em Cuiabá.
A chuva insuficiente e a média de calor de 40°C por dias têm relação com o fenômeno mais forte do El Niño. A boa notícia é que, a partir da próxima semana, a situação tende a amenizar. O volume de chuvas deve subir e os termômetros não terão mais temperatura acima de 40°C.
“No momento não temos expectativa de que haja uma nova onda de calor que possa superar o recorde histórico registrado na semana passada [quinta-feira, 19], com 44,2°C”, diz o professor de climatologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques.
Ondas fortes
A previsão é que até o próximo domingo (29), a temperatura varie entre 38°C e 41°C. Mas, as chances de chover estão melhores do que as das semanas mais recentes. O instituto ClimaTempo prevê possibilidade de chuva entre 67% e 90% nos próximos 5 dias.
O professor Rodrigo Marques diz que as ondas de calor intensivo não só causaram um novo recorde na temperatura alta, como também mudaram a sequência de dias mais quentes em Cuiabá, com picos em outubro ao invés de setembro, início da primavera.
“Historicamente o mês mais quente era setembro, seguido por outubro, e agora com a maior temperatura já registrada em outubro, este passou a ser o mês com a maior temperatura já registrada”, afirmou.
Novembro refrescante
O climatólogo diz que a quantidade de chuvas deve voltar ao normal em Cuiabá em novembro. A média histórica em Cuiabá é de 138 milímetros em metros cúbicos, no início do mês, e 174 milímetros nos dias finais do mês.
“Se espera para Cuiabá chuvas dentro do normal para novembro, dezembro e janeiro e temperaturas cerca de 0,5°C mais quentes que o esperado para este período”, afirma.
O El Niño ainda pode ter efeitos mais ao norte de Mato Grosso. O fenômeno ainda deve impedir que as chuvas cheguem em quantidade necessária na região amazônica.
“A expectativa é que o norte e noroeste de Mato Grosso apresentem temperaturas até 1,5°C mais quentes que o esperado, e cerca de 200 mm de chuvas abaixo do esperado”, explica o professor.
