Ednilson Aguiar/O Livre
Promotor Roberto Turin
A Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP) pediu que seja feito um reforço na segurança do promotor Mauro Zaque. Segundo o presidente da associação, promotor Roberto Aparecido Turin, a medida é necessária devido a ameaças recebidas por parte de um dos policiais militares investigados no caso dos grampos. O cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior teria feito a ameaça por meio de um amigo, segundo notícias divulgadas na imprensa.
A defesa do cabo afirma que a fala dele foi tirada de contexto. Gérson teria dito que iria “regaçar” o promotor nos autos do processo.
“Reiteramos também a exigência de plena, profunda e total investigação de todos os fatos referentes à chamada Grampolândia, investigação essa a ser conduzida pelas autoridades legalmente definidas e dentro do devido processo legal”, escreveu o promotor em nota. Ele considera que o ataque ao promotor é um ataque a toda a instituição do Ministério Público Estadual (MPE).
O cabo é investigado como o responsável por operar os pedidos e relatórios de inteligência dos grampos.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) apura a participação dos policiais em uma central de escutas instalada ilegalmente em um prédio no centro de Cuiabá. O Ministério Público Estadual (MPE) também investiga o papel de promotores nas escutas. No âmbito estadual, o desembargador Orlando Perri é responsável pela relatoria do caso no Tribunal de Justiça.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura a participação de pessoas com foro privilegiado, incluindo o governador Pedro Taques (PSDB).
O caso dos grampos foi denunciado por Mauro Zaque e pelo promotor Fábio Galindo quando os dois eram secretário e adjunto de Segurança Pública (Sesp), respectivamente.
O esquema conhecido como “barriga de aluguel” foi utilizado para escutar ilegalmente a deputada Janaína Riva (PMDB), o advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, o jornalista José Marcondes “Muvuca”, o desembargador aposentado José Ferreira Leite, o ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), entre outros. Um telefone no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também teria sido interceptado.
Uma ex-amante e uma secretária do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques também foram grampeadas – ele deixou o cargo em maio quando o caso veio à tona e atualmente é advogado de pessoas investigadas pelos grampos.
NOTA PÚBLICA
Com relação às noticias recentemente veiculadas de ameaças diretas feitas por um dos PMs presos e denunciados pelo MP no caso dos grampos.
Ameaças diretas contra o promotor Mauro Zaque, autor da representação que resultou na investigação sobre os grampos e na consequente prisão do PM autor da ameaça.
A AMMP vem a público reiterar plena confiança e irrestrito apoio ao colega Mauro Zaque.
Afinal, a ameaça direta contra um integrante do MPE, em virtude do regular exercício de suas atribuições, é um ataque contra toda a instituição também um desrespeito à toda sociedade e ao Estado de Direito.
Portanto, faz se necessário reafirmar que a instituição está unida na defesa do colega Mauro Zaque, e a AMMP está atenta para a defesa das prerrogativas dos integrantes do MPE.
Vamos combater essa e quaisquer outras ameaças, contra os legítimos interesses do Ministério Público.
Já solicitamos ao procurador-geral de Justiça e às demais autoridades competentes o reforço à segurança pessoal do colega Mauro Zaque e a responsabilidade penal do autor das ameaças.
Reiteramos também a exigência de plena, profunda e total investigação de todos os fatos referentes à chamada Grampolândia, investigação essa a ser conduzida pelas autoridades legalmente definidas e dentro do devido processo legal.
Roberto Aparecido Turin
Presidente da AMMP