O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) perdeu dois aliados em menos de 24 horas. PT e PP anunciaram rompimento com o grupo político em torno de Emanuel, ambos em contexto da campanha das eleições municipais.
A perda deve ser maior com a decisão dos Progressistas. O Partido dos Trabalhistas (PT) já estava distante. Ontem (17), o presidente da sigla em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, marcou território. Ele negou que tivesse “relação de amizade” com Emanuel Pinheiro.
Barranco disse que a aliança para a campanha do ano passado esteve sustentada pela federação do PT com Partido Verde (PV), que lançou a primeira-dama Márcia Pinheiro ao governo. Ele mesmo não teria nenhuma relação direta com o prefeito.
“Eu nunca tive qualquer relação de amizade com Emanuel Pinheiro. Nós nos aproximamos por causa das eleições de 2022, em que o PV estava na federação, a esposa dele é da federação, houve uma participação do presidente Lula pelo acordo e, obviamente, nos aproximamos”, disse.
Seja como for, a “aproximação” rendeu um cargo à esposa de Barranco na Secretaria de Saúde Cuiabá. Ela foi demitida nas levas de exonerações de servidores comissionados, no início do ano, pelo gabinete de intervenção.
Antes da saída da esposa do cargo, Barranco votou contra a aprovação do decreto do governo para instalar a intervenção. O distanciamento de agora tem relação com a investigação à vereadora Edna Sampaio (PT) na Câmara de Cuiabá, por suposto esquema de rachadinha.
Barranco comprou a versão de Edna Sampaio e disse que o processo aberto pela Comissão de Ética e Decoro tem a ver com o incômodo que vereadora representaria para as articulações do grupo de Emanuel às eleições 2024.
Rompimento anunciado
Ontem à noite, a direção dos Progressistas decidiu sair da base de Emanuel Pinheiro na Câmara dos Vereadores. A escolha movimenta com os três indicados do partido em cargos na prefeitura.
O secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Marcrean Santos, pediu licença do cargo de vereador para exercer a função no Executivo; o vereador em exercício, Luís Cláudio, que não foi eleito em 2020, voltou para a Câmara como suplente. Ele entrou direto da saída do cargo de secretário de governo de Emanuel.
O presidente da Agência Municipal de Regulação e Serviços Públicos Delegados (Arsec), Vanderlúcio Rodrigues, também está filiado ao partido, mas sem cargo na Câmara.
A saída da base foi puxada pelo presidente do PP em Mato Grosso, deputado estadual Paulo Araújo. O atrito dele com Emanuel Pinheiro vem também da eleição passada. Um suposto acordo frustrado com o prefeito para a sua reeleição à Assembleia é o motivo.
Neste ano, Paulo Araújo também coletou assinaturas para a Assembleia Legislativa votar a intervenção na Saúde em Cuiabá, antes de o pedido do Ministério Público ser aprovado pela Justiça.
O deputado foi escolhido na reunião de ontem como o principal cotado para concorrer à Prefeitura de Cuiabá em 2024. Ele encabeçará a chapa de candidatos a vereadores.
