O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União Brasil) mandou exonerar o ex-deputado José Joaquim de Souza Filho, mais conhecido como Baiano Filho, do cargo de assessor parlamentar da Casa de Leis. Ele foi detido ontem (27), após ser acusado de agredir a esposa, dentro de uma caminhonete em Confresa. A mulher foi filmada por populares com o rosto coberto de sangue.
Baiano Filho chegou a ir até a delegacia prestar esclarecimentos após populares denunciarem a agressão contra a mulher, de 49 anos, mas foi liberado em seguida.
O político estava lotado em cargo comissionado como assessor parlamentar na presidência, mais especificamente na Mesa Diretora, e tinha um salário de R$ 5,1 mil.
Em nota divulgada à imprensa nesta segunda-feira (28), Botelho repudiou o ato cometido por Baiano Filho.
“A ação do ex-deputado vem totalmente em desencontro com a política de enfrentamento de violência contra a mulher defendida e realizada pelo Parlamento Estadual. Na Assembleia lutamos para o fim da violência contra a mulher. Acredito que juntos consigamos pôr fim no machismo endêmico e outras formas de preconceitos que assolam a sociedade atual e vem tirando vidas em Mato Grosso”, afirmou o deputado e presidente da Assembleia, Eduardo Botelho.
Ainda ontem, a vice-presidente da Casa de Leis, deputada Janaina Riva (MDB) se manifestou em suas redes sociais a respeito do episódio. A parlamentar, afirmou estar indignada com a notícia recebida.
“Não sei como ainda me surpreendo, com tantas faces de agressores. Pessoas que eu jamais imaginaria agredindo uma mulher, nos demonstram o quanto ainda temos que amadurecer esse debate. Triste crescermos num ambiente tão hostil e violento contra as mulheres. Mais uma vez, fica evidente que a violência doméstica não escolhe cara, cor, raça ou classe social. Precisamos proteger as vítimas e responsabilizar os agressores, sem distinção”, escreveu em seu perfil no Instagram.
O caso também foi comentado pelo chefe da Casa Civil, o deputado federal licenciado, Fábio Garcia (União) “Esses atos parecem estar se tornando mais corriqueiros a cada dia, o que nos leva a pensar que precisamos punir com maior severidade a violência contra a mulher para mudar o comportamento machista da sociedade. A sociedade está perdendo esta batalha e falhando neste enfrentamento”, escreveu ele.
Ainda segundo Fábio, “o sentimento de impunidade dos agressores precisa acabar; o homem não pode ter um sentimento de superioridade, de domínio, de propriedade sobre a mulher. O homem deve ter respeito e temer as consequências da violência. A impunidade precisa chegar ao fim neste país”.