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A expansão dos riscos ao candidato a emprego na sociedade da informação: episódio final

4 minutos de leitura
A expansão dos riscos ao candidato a emprego na sociedade da informação: episódio final
(Foto: Reprodução/Internet)

Carla Reita Faria Leal

Antônio Raul Veloso de Alencar

 

Na terceira e última coluna sobre os golpes dos falsos empregos, trataremos de algumas técnicas empregadas por criminosos virtuais para envolver os candidatos.

A maior parte dos golpes na internet envolve algum método de engenharia social, que busca ludibriar a vítima para a obtenção de algum ativo de interesse do criminoso. Esse ativo, muitas vezes, são os dados pessoais da vítima.

O clássico exemplo são os e-mails repletos de insinuações de conotação social, que tentam convencer os usuários de que são, de fato, legítimos. Esses e-mails podem conter anexos infectados, exigir minuciosas informações para a obtenção de alguma vantagem, ou oferecer conteúdo de mídia infectado que, à primeira vista, possa parecer inofensivo.

Com cada vez mais frequência, esses golpes veiculam ofertas de emprego, exigindo cadastros de informações pessoais do candidato. O objetivo dos golpistas passa desde a comercialização dos dados pessoais das vítimas até o roubo de suas identidades, que é o resultado mais comum nos golpes envolvendo vagas de emprego, as quais são utilizadas pelos golpistas para abrir contas bancárias e promover outras fraudes. 

Também é comum os golpes de empregos envolver a emissão de cheques falsos, alcançando 36% das reclamações de golpes de emprego nos Estados Unidos, o que vêm aumentando a cada ano. Os prejuízos de golpes envolvendo cheques falsos já chegaram a US$ 1,3 bilhão. As ofertas de emprego fraudulentas que envolvem cheques falsos mais comuns incluem compras misteriosas, o trabalho de recebimento e reenvio de encomendas, geralmente com destino ao exterior, além do recebimento e reenvio de quantias em dinheiro, vale-presentes, créditos de telefonia, entre outros. No Brasil, onde praticamente não se usa mais cheques, já tem se verificado a exigência de PIX pelos fraudadores aos candidatos aos falsos empregos. 

Diante desse cenário, a pergunta que surge é: o que podemos fazer a respeito? Os especialistas oferecem algumas dicas para que esses golpes possam ser evitados, são elas:

– Pesquise a oferta de emprego. Ligue ou vá diretamente ao site da empresa real para obter informações de contato para verificar o anúncio de emprego;

– Faça uma busca na internet com o nome do empregador e a palavra “golpe” para ver se há relatos envolvendo golpes;

– Examine o endereço de e-mail daqueles que oferecem empregos para ver se ele corresponde aos protocolos usados por uma empresa real. Esteja alerta aos endereços de e-mail comerciais do Gmail;

– Considere criar um endereço de e-mail separado ao postar um currículo em sites e agência de empregos ou para se candidatar a empregos em geral. Isso pode ajudar a detectar “ofertas” de empregadores fraudulentos que você não contatou;

– Havendo viabilidade, abra uma segunda conta bancária simplesmente para lidar com o pagamento de trabalhos em que você nunca conheceu o empregador pessoalmente;

– Se você estiver pagando pela promessa de um emprego, provavelmente é uma farsa;

– Tenha muito cuidado com cargos cujas atribuições envolvam compras misteriosas ou clientes ocultos;

– Atenção aos trabalhos em casa que envolvam recebimento e reenvio de pacotes são provavelmente golpes;

– Muita cautela com trabalhos que envolvam recebimento e encaminhamento de dinheiro;

– Fique alerta também com o golpe de cheque falso. Não se tem conhecimento de nenhuma oferta de emprego legítima que envie cheques aos candidatos e peça que enviem dinheiro para terceiros;

– Seja cauteloso ao fornecer informações pessoais como seu endereço completo, data de nascimento e informações financeiras em seu currículo ou para recrutadores não verificados, ou, ainda, em inscrições online;

– Desconfie de descrições vagas de trabalho mal redigidas ou com ofertas muito acima dos valores de mercado;

– Não responda a chamadas, mensagens de texto ou e-mails de números desconhecidos ou endereços suspeitos;

– Não clique em nenhum link em uma mensagem de texto de um número que você não reconheça. Se um amigo lhe enviar uma mensagem de texto com um link suspeito, ligue para ele para ter certeza de que ele não foi hackeado;

– Por fim, se for vítima desse tipo golpe, não deixe de denunciá-lo às autoridades competentes, pois é importante o registro para a persecução criminal e para que se possa entender como esses golpes funcionam, buscando meios evitá-los;

De modo geral, estejamos atentos! 

* Carla Reita Faria Leal e Antônio Raul Veloso de Alencar são membros do Grupo de Pesquisa sobre o meio ambiente de trabalho da UFMT, o GPMAT.

 

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