Na contramão das expectativas devido a pandemia do coronavírus, Mato Grosso contabilizou ao menos 71.880 novos postos de emprego com carteira assinada em 2021, conforme os dados do Novo Caged do Ministério do Trabalho e Previdência. Os números correspondem ao período de janeiro a novembro e sinalizam uma expectativa de repetirem o cenário positivo também em dezembro, cujo levantamento ainda não foi divulgado.
A assistente administrativa Amanda Matos Vicente Amador, de 34 anos, é uma das pessoas que fazem parte dessa estatística. Ex-autônoma, no ano passado, conquistou uma oportunidade de emprego depois de passar por um momento difícil durante a pandemia.
Amanda conta que durante seis anos teve uma pequena empresa de decoração de festas e em 2019, quando teve um bebê, decidiu encerrar o negócio. No ano seguinte, estourou a pandemia da covid-19 e as creches fecharam. Com a mãe e sogra integrantes do grupo de risco para a doença, não tinha com quem deixar as crianças e passou 2020 em casa. Nesse meio tempo, o marido perdeu o emprego.
“Foi um período difícil, nos adaptamos. Já tínhamos vendido sanduíche e voltamos para isso naquele momento”, relembra.
Em 2021, quando a vida começou a voltar para os trilhos e as creches reabriram, Amanda buscou emprego e conquistou a oportunidade oferecida pela concessionária responsável pelo abastecimento de água na Capital. No mês de abril veio a contratação.
Porém, a felicidade lutou com a tristeza trazida por uma ocorrência inesperada. A mãe de Amanda adoeceu com covid-19 e não resistiu ao coronavírus. Recém-contratada, a auxiliar administrativo precisou lidar com o luto dessa perda e contou com o apoio da empresa nesse momento.
Agora, os planos para o ano que se inicia é continuar a descoberta e investir na nova área profissional. “Espero crescer ali, eu me encaixei bem na área, tanto que planejo fazer faculdade de Recursos Humanos agora”, conta.
Volta para a gerência
Patrícia Rodrigues Barros, de 36 anos, também conseguiu retomar a vida profissional na Capital. Em julho de 2018, após trabalhar por mais de oito anos em uma instituição financeira, ela foi para Goiânia com os planos de se dedicar a concursos públicos.
No meio do ano passado, voltou para Cuiabá com o filho bebê e passou a buscar uma nova oportunidade de emprego.
“Encaminhei o currículo e consegui a vaga para gerente de vendas”, conta. “Estou agora na melhor fase da minha vida”, diz sobre a maternidade combinada ao momento profissional em uma construtora.
Primeiro emprego
Ser reinserido no mercado de trabalho é um desafio e conseguir o primeiro emprego não é diferente. Thaliny Silva Dias Pimenta, de 17 anos, sabe como é ter essa expectativa. A adolescente queria entrar no mercado de trabalho e a procura aconteceu justamente no auge da pandemia em Mato Grosso no ano passado.
“Eu queria adquirir experiência, mas sabia que poderia não conseguir, porque os registros da covid-19 estavam muito altos, tinha muita instabilidade sobre o que aconteceria na cidade”, relata.
Mas a resposta assim que tentou a vaga de menor aprendiz foi positiva, em abril de 2021, e há nove meses tem aprendido no serviço de assistente administrativo em uma empresa do ramo da soja.
“Trabalho das 7h às 11h e estudo no período da tarde. Tenho gostado bastante da atividade que desenvolvo”, concluiu.