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107 mães morreram no Brasil em 2021 a cada 100 mil nascimentos

Comissão que acompanha estatísticas no país Brasil diz que estamos bem longe da meta da ONU e, pior, perdas poderiam ser contornadas

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107 mães morreram no Brasil em 2021 a cada 100 mil nascimentos
(Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil teve, em 2021, média de 107 mortes a cada 100 mil nascimentos. De acordo com o Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, a morte é causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a esse período. 

O Brasil apresenta números bem distantes dos fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Até 2015, a meta era atingir menos de 35 mortes por 100 mil nascimentos e o Brasil estava na faixa de 70 a 75 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos.  

Com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a ONU indicou, até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos.  

No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, comemorados neste sábado (28), o vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Mortalidade Materna da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Rodolfo de Carvalho Pacagnella, assegura que as mortes maternas podem ser evitadas. 

Segundo ele, desde 2014, os números não apresentam queda significativa no Brasil. Já os países de alta renda, de maneira geral, têm uma razão de mortalidade materna que varia entre 10 e 20 mortes por 100 mil nascimentos. A maior parte dessas ocorrências é de causas indiretas, que não são evitáveis ao longo da gestação. 

Mortes (que seriam) evitáveis 

O médico explica que a grande parte das mortes maternas poderia ser evitada. Porém, disse, não é o número de mortes maternas, mas o por que elas acontecem e a consequência que elas trazem.  

“A grande questão é que ela [morte] acontece, em geral, por causas evitáveis. São situações que poderiam ter sido identificadas ao longo do cuidado dessa gestante, durante o pré-natal e, especialmente, nos momentos próximos ao nascimento. E essas condições não foram identificadas e não foram tratadas de forma oportuna”, pontua.  

E essa demora em reconhecer a situação de gravidade e em tratar essa condição levam, em consequência, ao óbito materno, disse. 

De acordo com o vice-presidente da Comissão da Febrasgo, a consequência da mortalidade materna é nefasta, porque a mulher sempre foi, mas hoje tem um papel reconhecido, como indivíduo central na organização social, emocional e financeira da família.  

A morte de uma mulher no momento do parto ou puerpério leva a uma desestruturação de tudo que a envolve, apontou o médico.  

No Brasil, a principal causa de morte materna é a hipertensão. Em segundo lugar, aparece a hemorragia, seguida de aborto inseguro e infecção puerperal. Depois, vêm as causas indiretas, associadas a condições físicas já existentes, ou agravadas na gestação, como doenças cardíacas, renais, cânceres, entre outras. 

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