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Velório da ex-primeira-dama é realizado no Sindicato dos Metalúrgicos

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Velório da ex-primeira-dama é realizado no Sindicato dos Metalúrgicos

Kenji Honda/Agência Estado

Marisa Letícia

Lula, a esposa Marisa e o filho sentados no pára-choque de um fusca, em janeiro de 1974

A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, de 66 anos, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu nesta sexta-feira, 3, às 18h57 (horário de Brasília), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde terça-feira, 24. Ela foi vítima de complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A confirmação da morte foi divulgada depois de Marisa passar por um Protocolo de Verificação de Morte Cerebral, que inclui dois exames. O velório será realizado neste sábado, entre as 9h e as 15h, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde Lula e Marisa se conheceram. Posteriormente, no cemitério Jardim da Colina, haverá uma cerimômia de cremação reservada à família. O presidente Michel Temer decretou luto oficial de três dias.

Marisa deixa quatro filhos, um de seu primeiro casamento e três do casamento com Lula.

Com ascendência italiana por parte do pai e da mãe, Marisa nasceu em 7 de abril de 1950 em São Bernardo do Campo (SP). De origem humilde, sua família morava em uma casa de pau-a-pique e chão batido. Começou a trabalhar aos nove anos como babá, aos 13 tornou-se embaladora de bombons da fábrica Dulcora. Aos 21, casou-se com o motorista Marcos, que foi morto durante um assalto quando ela estava grávida de quatro meses do primeiro filho, Marcos Cláudio.

Em 1973, conheceu Lula, na época também viúvo, quando foi até o Sindicato dos Metalúrgicos buscar um carimbo para retirar sua pensão. No ano seguinte eles se casaram. Tiveram três filhos – Luis Cláudio, Fábio Luis e Sandro Luis – e permaneceram juntos desde então.

Conhecida pelo “sangue quente”, dona Marisa era quem cuidava das finanças da casa e “quem mandava” no lar, segundo relatos do próprio ex-presidente.

Avessa aos holofotes, ajudou na formação do PT. Responsável pelas fichas de inscrição da sigla na época, muitas vezes ela saia às ruas para cadastrar novos filiados, buscando convencê-los da importância de montar um partido dos trabalhadores.

Nas campanhas eleitorais de Lula à Presidência, ela teve participação ativa, viajando ao lado do marido e até subindo nos palanques. Na jornada de 2002, quando o marido elegeu-se pela primeira vez presidente do Brasil, ela ajudou Lula a melhorar sua imagem junto ao eleitorado feminino. Com a vitória do petista, tornou-se a primeira ex-babá a virar primeira-dama do País.

Lava Jato
Os advogados do ex-presidente Lula informaram nesta sexta-feira, 3, que a morte de Marisa Letícia automaticamente extingue duas ações penais abertas contra ela na Operação Lava Jato. Na 13.ª Vara Federal de Curitiba, base da Lava Jato, foram abertos dois processos criminais contra Marisa e Lula, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá e de um apartamento localizado no Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo.

“A consequência jurídica do falecimento de D. Marisa nesta data será a extinção, em relação a ela das duas ações penais propostas de forma irresponsável pelo Ministério Público Federal”, diz nota subscrita pelos advogados Cristiano Zanin Martins, Valeska Teixeira Martins, Larissa Teixeira e Roberto Teixeira.

“D. Marisa não poderá, lamentavelmente, ver triunfar o reconhecimento de sua inocência por um juiz imparcial”, afirmam os advogados.

Eles assinalaram que “foi com muito orgulho que atuaram na defesa de uma pessoa digna e honesta, que foi injustamente perseguida e vítima de falsas acusações”.

“Reafirmamos nossa expectativa de que prevaleça a justiça nas ações que propusemos em seu favor, com o objetivo de reparar sua honra e imagem e ainda responsabilizar aqueles que cometeram os atos ilegais e arbitrários que resultaram nas violações que tanto a impactaram.”

Os advogados relembram, na nota, o dia da condução coercitiva do ex-presidente Lula, quando a Polícia Federal foi à residência do casal para buscas. “Em 4 de março de 2016, D. Marisa teve sua casa invadida por um exército de policiais e viu sua vida e intimidade, assim como a de seus filhos e netos, expostas na mídia nacional e internacional. Os danos foram insuperáveis.”

(Com Agência Estado) 

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