A rocha ao lado do Portão de Inferno, no caminho para Chapada dos Guimarães, será cortada, para dar lugar a uma nova pista da MT-251. O trabalho, anunciado pelo governo de Mato Grosso, deve levar cerca de 120 dias a partir de autorizações federais.
Conforme o governador Mauro Mendes, o projeto escolhido saiu da análise de 10 propostas, e foram levados em consideração critérios como valor da obra, o tempo de execução e o impacto das medidas que serão adotadas no dia a dia das pessoas.
O trabalho é chamado retaludamento. O nome surgiu do formato natural das rochas com declive e escarpas (taludes). A intervenção com cortes será para realinhar a inclinação e a composição dos blocos que formam a rocha. Veja vídeo.
Ela será executada para eliminar o desmoronamento de pedaços da rocha, que desde o fim do ano passado ocorreram ao menos 16 vezes. Os pedaços se descolaram de alturas entre 2cm e 15m.
Conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), os episódios ficaram mais recorrentes por causa do desgaste natural da rocha. Um trecho de 2 quilômetros está em situação mais crítica, com o desgaste avançando para a parte de baixo, inclusive no local do viaduto da travessia do Portão do Inferno.
À espera de autorizações
Na sexta-feira (29), o governo anunciou o projeto e também a empresa Lotufo Engenharia como vencedora da licitação de R$ 29,5 milhões para o trabalho de retaludamento.
A ordem de serviço foi assinada em conjunto. A empresa terá 5 dias para iniciar os cortes depois que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) autorizarem.
O governador Mauro Mendes diz que, caso os institutos neguem a autorização, eles terão que explicar o motivo. “Eles terão que responder à sociedade pelos danos que eventualmente causarão. Seria surreal, inimaginável que eles agissem dessa forma”, afirmou.
O estado de Mato Grosso tem autorização para trabalhos na pista da rodovia MT-251, porém o Parque de Chapada dos Guimarães, onde o Portão do Inferno está incluso, é administrado pela União. Por isso, é necessária autorização para os cortes na rocha.