O consumo de drogas está diretamente relacionado à ocorrência de mortes e ferimentos no trânsito. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) mostra que 44% dos pacientes com lesões traumáticas em decorrência de sinistros do tipo eram usuários de álcool, sendo que 31% usavam drogas.
O estudo avaliou 376 pacientes com lesões traumáticas no trânsito, quedas e episódios de violência (a maioria tinha idade em torno de 36 anos e eram brancos). A pesquisa, que relatou a prevalência do consumo de substâncias psicoativas entre pessoas internadas por algum trauma no Hospital das Clínicas, reforça que a falta de políticas públicas baseadas em evidências científicas é um dos pontos chave que dificultam o controle do uso de drogas.
Além disso, o consumo de substâncias psicoativas é um fator de risco para ocorrências trágicas que podem ser evitadas, diminuindo o custo do Sistema Único de Saúde (SUS) nessa área.
Fernando Pedrosa, sócio-fundador da Organização Não Governamental (ONG) Trânsito Amigo, afirma que o uso de álcool e drogas é uma das principais causas de mortes e feridos no trânsito brasileiro.
“A fiscalização, por mais eficiente que possa ser — e ela efetivamente não é -, não consegue alcançar anualmente nem 1% dos 75 milhões de condutores habilitados em todo o Brasil. A solução está então em medidas preventivas, eficazes e de amplo alcance, como é o caso do exame toxicológico de larga janela, que identifica com precisão científica o usuário regular de drogas que alteram o sistema nervoso central do usuário, comprometendo sua cognição, reações e coordenação motora. Medidas essas que devem ser tomadas sempre antes que um motorista incapacitado venha a assumir o transporte da carga mais valiosa que existe: a vida humana”, finaliza Pedrosa.
(Da Assessoria)