O senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes (PR), cobrou planejamento do Governo para garantir o escoamento seguro da safra de grãos. Segundo ele, que é presidente da Frente Parlamentar de Logística em Transporte e Armazenagem (Frenlog), o problema do Pará não é só local, mas sim do Brasil.
O republicano usou a tribuna do Senado para fazer o desabafo. Em relação à situação caótica vivida na BR-163 nos últimos dias e dos prejuízos acumulados, o senador ratificou que a culpa é da falta de planejamento logístico por parte do poder público. Ao LIVRE, negou que tenha colocado a culpa nos produtores conforme foi veículado por sites locais. “Eu quero deixar bem claro que em momento nenhum falei que a culpa é dos produtores”.
O senador alegou que faltou planejamento por parte do Governo Federal. Criticou, por exemplo, a falta de armazéns para estocagem da produção e lembrou que na época em que Neri Geller – atual secretário de política agrícola do Mapa – foi ministro da Agricultura havia um sistema programado para evitar perdas.
“Não dá para dizer que a culpa é desse ou a culpa é daquele. Na verdade, falta, sim, um planejamento do Governo. Então, não dá para ficar aqui colocando a responsabilidade nesse ou naquele. A responsabilidade é de todos nós, homens públicos”, disse.
Portos Arco-Norte
Para o senador, a efetivação dos portos do Arco-Norte é de grande importância, especialmente o Porto de Miritituba (PA), pois reduz consideravelmente o custo de transporte do grão para o produtor mato-grossense. Lembrou que como líder da Frente ajudou – juntamente com a bancada do Pará – a viabilizar o empreendimento portuário. “O que acontece no Brasil? No Brasil, nós não temos praticamente armazéns. Então, o produtor que está no Estado de Mato Grosso, no Centro-Oeste, como ele não consegue armazenar o produto, fica refém das grandes tradings nacionais e internacionais e tem que entregar o produto na colheita”, explicou.
Membro da Comissão de Agricultura do Senado, Fagundes disse que é preciso corrigir essa falha no sistema de armazenamento. Hoje, segundo ele, “os caminhões são usados e utilizados para serem os armazéns”. Ele lamentou que o produtor não tenha a opção de vender o produto na hora certa e possa escolher, tendo essa condição, a hora certa para vender e, inclusive, para onde vai vender o seu produto”.
Em Mato Grosso, conforme divulgou recentemente a Aprosoja, o déficit de armazenagem chega a 22 milhões de toneladas. As safras de soja e milho estão estimadas em aproximadamente 56 milhões de toneladas e a capacidade de armazenamento é de apenas 33,4 milhões de toneladas.
Por fim, Fagundes ressaltou o trabalho em parceria que vem sendo desenvolvido entre as bancadas de Mato Grosso e do Pará para viabilização de recursos para serem investidos na BR-163. “Da mesma forma que a BR-163 é extremamente importante para Mato Grosso, é muito importante também para o Pará”.
