O secretário do Estado de Segurança Pública Gustavo Garcia afirmou, nesta quinta-feira (02), que a situação ocorrida ontem no Bairro Novo Colorado, em Cuiabá, em que moradores se revoltaram com a morte de um traficante e partiram para cima da polícia, é uma inversão de valores.
“O combate ao crime e a segurança pública é dever do Estado, no sentido amplo da palavra (União, Estados e Municípios), contudo, também depende do apoio da sociedade, algo que infelizmente não vimos no Novo Colorado, em que alguns moradores chegaram mesmo a depredar um veículo do Samu, utilizado para salvar vidas”, disse o secretário.
Garcia sempre cita a necessidade de a comunidade também fazer sua parte para as melhorias na segurança pública e apoiar o trabalho da polícia. Ele afirmou que o papel da polícia é garantir a ordem pública, defendendo o cidadão contra a criminalidade, mas que também é necessário aproximar a comunidade das forças policiais.
“A sociedade em que queremos viver não depende apenas das forças policiais, mas da própria sociedade”, afirmou.
O caso
Na noite dessa quarta-feira (1º), Flávio Castro de Lima, 31 anos, conhecido como “Sapinho”, morreu depois de apontar uma arma para policiais. Conforme o boletim de ocorrência, ele estava embaixo de uma cama e já saiu armado.
Não aceitando a morte de Sapinho, moradores foram para cima dos militares, lançando pedras e fogos de artifício. Para acalmar os ânimos, os policiais precisaram utilizar granadas de efeito moral, granadas lacrimogênias, disparos de elastômero e spray. Um dos rojões chegou a atingir os pés de alguns policiais.
Em meio à confusão, o vidro lateral de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que foi chamada para atender ao traficante, foi quebrado pelos moradores.