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Kleber Lima: secretário é alvo de inquérito civil público
O secretário de Estado de Comunicação Kleber Lima acaba de ser afastado do cargo por decisão da juíza Célia Regina Vidotti, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá.
“Informo a todos que acabo de ser afastado do cargo de secretário do Gcom por decisão da juíza Célia Vidotti acatando Ação Civil Pública do Mauro Zaque”, informou o próprio secretário, em grupo de WhatsApp.
Kleber é investigado pelo Ministério Público Estadual por iniciativa de servidores efetivos do governo, que o acusam de ter praticado abuso moral, sexual e improbidade administrativa.
O MPE já havia pedido o afastamento imediato do secretário no início do mês.
Segundo a assessoria do MPE, a Ação Civil Pública, gerada com base nas acusações dos servidores, é assinada pelo Núcleo do Patrimônio, composto pelos promotores Mauro Zaque, André Luiz, Ednaldo Coelho e Aparecido Turin.
O responsável por conduzir as investigações foi o promotor Mauro Zaque, que denunciou um esquema de interceptações telefônicas ilegais praticadas por membros do alto escalão do governo e da Polícia Militar.
À época, o governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que Zaque agiria com parcialidade e mágoa e perseguiria os secretários de seu governo. Em entrevista ao LIVRE, Taques adiantou que não afastaria do cargo o secretário de Estado de Comunicação, Kleber Lima.
Jornalista de formação e especialista em marketing político, Kleber deixa o cargo 10 meses depois de assumi-lo, em substituição ao também jornalista Jean Campos, atual secretário de Assuntos Estratégicos.
Entenda o caso
Na denúncia, os servidores afirmam que o Gabinete de Comunicação (Gcom) passou a utilizar o nome do governador em quase todos seus materiais. A prática feriria o princípio da impessoalidade na administração pública, já que o órgão deveria servir ao Estado e não a um grupo político. Kleber nega as acusações.
Gravações
Áudios gravados pelos servidores mostram discussões deles com Kleber, nas quais são questionadas as estratégias de comunicação do governo do Estado, além do comportamento do secretário.
Em um dos áudios, uma servidora relata uma suposta tentativa de Kleber Lima de beijá-la na copa do Gcom. Conforme a gravação, ele teria dito, segundo a servidora: “você nunca me deu um beijo”, passando a mão pela cintura dela em seguida.
Outro servidor endossou o depoimento da colega. “Ele tem uma forma estranha de se relacionar com as mulheres, meio inadequada”, disse.
Um terceiro servidor relatou que estaria com medo e teria avisado a família e até a Defensoria Pública em relação às ameaças sofridas no trabalho.
Em outro trecho das gravações entregues pelos servidores, Kleber Lima ameaçaria pedir para a Polícia Militar grampear os telefones deles, depois que informações da secretaria teriam sido vazadas.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o advogado Paulo Fabrinny, que cuida da defesa de Kleber, informou que ainda não teve acesso à decisão, mas adiantou que irá recorrer.
