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Proprietários de terra no entorno de Sararé auxiliam a PF a acabar com o garimpo ilegal na região

A alta incidência de reservas auríferas na região atrai criminosos de todo o país em busca de lucro fácil e alto

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Proprietários de terra no entorno de Sararé auxiliam a PF a acabar com o garimpo ilegal na região
(Foto: PF MT)

Recentemente a Polícia Federal cumpriu diversas ordens judiciais de prisão e busca e apreensão contra acusados de exploração e comercialização ilegal de ouro retirado da Terra Indígena do Sararé e das propriedades vizinhas, localizadas no município de Pontes e Lacerda, no sudoeste de Mato Grosso.

O cumprimento das ordens judiciais é mais uma tentativa de encerrar o longo ciclo de garimpagem ilegal que se desenvolve na T.I. Sararé e seu entorno, situação semelhante à ocorrida recentemente em terra Ianomâmi na região Norte do país.

A alta incidência de reservas auríferas na região atrai criminosos de todo o país em busca de lucro fácil e alto, sendo que o combate ao garimpo ilegal já dura mais de uma década, tendo acarretado a Operação Alfeu em 2021 e a Operação Rainha do Sararé em 2022.

Além dos evidentes prejuízos ambientais pela destruição de Áreas de Preservação Permanente – APP, assoreamento e desvio do curso do Rio Sararé, criação de imensas crateras com enorme impacto ao ecossistema local e lançamento de produtos tóxicos no corpo hídrico, a extração ilegal do minério tem acarretado também inúmeros prejuízos financeiros aos proprietários no entorno do território indígena.

Propriedades localizadas na zona fronteiriça do Sararé têm enfrentado invasões e ameaças por parte dos garimpeiros, que usam as propriedades como ponte de acesso à terra indígena e, ainda, garimpam ilegalmente também as propriedades particulares uma vez que a extração de minério se dá em ambas as margens do rio.

Os proprietários terão ainda mais prejuízos e arcar junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA com a recuperação ambiental das áreas degradadas dentro de sua propriedade mesmo não guardem relação com os fatos e que tais degradações tenham sido causadas por terceiros, por expressa imposição legal.

Por isso mesmo os proprietários têm auxiliado ativamente nas operações policiais cedendo todo o apoio necessário no combate ao garimpo ilegal, além de estarem providenciando junto à União medidas preventivas à invasão como construção de pontos de apoio nas áreas circunvizinhas ao garimpo para impedir entrada de invasores.

A preocupação mais recente é que o fluxo de garimpeiros e, por conseqüência, a extensão do dano ambiental têm aumentado significativamente, mesmo com as diversas operações empreendidas pela FUNAI, Polícia Federal, Força Nacional e IBAMA sob determinação judicial.

Existe, ainda, o risco de que os garimpeiros expulsos da terra Ianomâmi venham a se instalar no Sararé, agravando ainda mais a situação.

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