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PF deflagra operação contra corrupção na Agricultura

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PF deflagra operação contra corrupção na Agricultura

A Polícia Federal cumpre mais de 300 mandados judiciais após deflagrar na manhã desta sexta-feira, 17, a Operação Carne Fraca para combater corrupção de agentes públicos federais e crimes contra Saúde Pública. Em quase dois anos de investigação, a PF detectou que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás ‘atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público’.

Segundo a PF, o esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A Operação ocorre um dia depois do atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, ter pedido licença do cargo alegando tratar assuntos pessoais. Outro detalhe que chama a atenção, é o desmembramento da pasta liderada por Maggi. A Secretaria da Pesca será de responsabilidade do Ministério da Indústria e Comércio Exteior (MDIC), o  ato foi oficializado no último dia 13, com a publicação do decreto nº 9.004 no Diário Oficial da União.

Em nota, a PF informou que aproximadamente 1100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.

De acordo com a PF, os agentes público recebiam propina e utilizavam do poder fiscalizatório do cargo para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

“Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente”, diz a nota.

As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em 7 estados federativos: São Paulo, Distrito Federal,  Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goias e Paraná. Neste último, o esquema supostamente seria comandado pelo ex-superintendente regional do Mapa, Daniel Gonçalves Filho, e pela chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Maria do Rocio Nascimento, que trabalham na capital paranaense. Na casa do atual superintendente regional do Mapa, Gil Bueno, a polícia apreendeu R$ 65 mil reais nesta manhã. Os três são alvos de prisão preventiva.

Reprodução

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Dinheiro apreendido com o superintendente regional do Mapa, Gil Bueno, no Paraná

 

Carne Fraca

O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

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