Ednilson Aguiar/O Livre
Orquestra Flauta Mágica atua há décadas sob comando do maestro Gilberto Mendes
Mesmo em frente aos novos desafios, o Instituto Flauta Mágica intensifica suas atividades levando o nome de Mato Grosso internacionalmente. Em setembro de 2018, a Orquestra Flauta Mágica planeja realizar a ‘Rota da Música’, nos EUA, e assim, apresentar o projeto aos norte-americanos e beber da fonte do blues novos conhecimentos.
O diretor artístico e fundador do Flauta Mágica, o maestro Gilberto Mendes, conta que o projeto pretende embarcar cerca de 35 a 40 jovens alunos, além de músicos profissionais que acompanham o projeto. A intenção é realizar apresentações e atividades de formação pela Orquestra de Flautas, Coral e Balé, nas renomadas universidades do país, assim como fazem em escolas municipais e instituições na capital mato-grossense, sem custos ou bilheteria.
A rota é famosa entre os amantes do blues, country e até do jazz, pois parte da cidade de Chicago a Nova Orleans, realizando paradas em Nashville e Memphis, onde o ícone do rock Elvis Presley deu início à sua carreira.
“Chicago é um grande polo da música e concentra as melhores escolas e universidades da área. As demais localidades estão separadas por apenas 300 ou 400 km umas das outras”, explica Gilberto. “Tocar nesses lugares é o sonho de qualquer músico do planeta”, completa.
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Orquestra Flauta Mágica já levou o nome de Mato Grosso para vários estados do Brasil e países da Europa
Segundo ele, a articulação para a viagem está sendo feita através da consulesa da Alemanha em Mato Grosso, Tânia Kramm, que organiza a agenda da viagem, e a coordenadora de comunicação da Aprosoja, Tuka Martins, uma das empresas patrocinadoras do Instituto Flauta Mágica. “Chicago também é o centro do agronegócio dos EUA e as grandes multinacionais do ramo estão instaladas lá, inclusive a Aprosoja”, explica.
Além de compartilhar experiências artísticas, a ideia é angariar fundos e chamar atenção das bilionárias. “Essas empresas do agronegócio faturam bilhões e não deixam muito para o Estado. No Brasil, elas estão com recursos concentrados em São Paulo, mas nós vamos diretamente na ‘casa’ deles mostrar os resultados das nossas ações em busca de canalizar novos recursos”, completa.
O maestro acredita que a iniciativa deveria ser uma política pública e conta que a instituição fez algo parecido quando circularam pela Europa, nos anos de 2004 e 2014: “Fomos com esse objetivo e a experiência foi impressionante”. Na época, a Orquestra se apresentou em países como a Alemanha, Áustria e Suíça.
Por enquanto, a iniciativa de ida aos EUA está sendo patrocinada por empresas através dos incentivos fiscais da Lei Rouanet. A articulação está em fase de arrecadação que ainda estão na metade do valor necessário. “Também estamos enviando nossos portfólios para as universidades e planejando a retirada dos passaportes”.
Os representantes serão selecionados ao longo do ano, o que, segundo ele, instiga a dedicação dos alunos ao projeto. “Isso cria uma competição saudável e dá impulso na condição técnica”, afirma o maestro.
Ednilson Aguiar/O Livre
Instituto Flauta Mágica realiza atividades gratuitas nas periferias cuiabanas há 20 anos
Instituto Flauta Mágica
Fundado em 1998, o Instituto Flauta Mágica é uma organização sem fins lucrativos que ensina balé, canto e flauta doce na periferia de Cuiabá (MT). Com tecnologia social própria, desenvolve um programa de educação musical voltado à crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
O projeto também realiza concertos com a Orquestra Flauta Mágica, no país e no mundo, e ministra aulas em escolas municipais que abrem uma janela no currículo para as atividades da instituição. Com 20 anos de existência, a entidade já formou 5 mil músicos e instrumentistas em Mato Grosso já passaram por lá.
Conheça mais no site da Fláuta Mágica.