Negócios

O que é o nível de pleno emprego que Mato Grosso está prestes a atingir?

Taxa baixa de desempregados segue na casa dos 4% da população economicamente ativa há dois meses

3 minutos de leitura
O que é o nível de pleno emprego que Mato Grosso está prestes a atingir?
(Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre )

Os números mais recentes do mercado de trabalho mostram que Mato Grosso está prestes a atingir o nível de pleno emprego. A quantidade de pessoas que estavam desempregadas em dezembro em 2022 e janeiro deste ano equivalia a 4% do total. 

Esse cálculo é feito com base na parcela da população que, pela lei, pode trabalhar de carteira assinada. No caso do Brasil, a contagem começa a partir dos 14 anos de idade. O público é recortado da faixa de pessoas que podem entrar nos programas de menores aprendizes e vai até a aposentadoria. 

Elas estão no grupo chamado de economicamente ativo. O emprego delas tanto reflete na vida individual quanto é somado àquilo que o país pode gerar em dinheiro. Em Mato Grosso, esse grupo equivale atualmente a 2,8 milhões de pessoas. A quantidade geral de habitante é estimada em 3,2 milhões. 

O pleno emprego 

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregos e Desempregados) do Ministério do Trabalho apontam que em dezembro e janeiro, apenas 4% dos 2,8 milhões de pessoas economicamente ativas em Mato Grosso estavam sem emprego. 

Mesmo assim, o estado estaria prestes a chegar ao pleno emprego. Na comparação com as máquinas, a situação seria de um motor a trabalhar quase com força total, e sobraria partes da máquina a serem ativadas por falta de peças. 

“O pleno emprego não significa que todo mundo que é economicamente ativo está trabalhando. Significa que aqueles que estão procurando emprego estão sendo contratados em um curto período de espera ou, se estão mudando de emprego, conseguem encontrar outro em um tempo curto também”, diz o presidente da Câmara dos Diferentes Lojistas (CDL), Célio Fernandes. 

Ela acrescenta: “Se há um número baixo de pessoas economicamente ativas desempregadas e se aquelas que estão se movimentando de um emprego para outros são reinseridas rapidamente, nós temos um nível de pleno emprego”. 

A taxa de desemprego não é consenso entre os economistas. Eles estimam que a variação possa ir de 6% a 3% da população em idade de trabalho, variando de um país para outro. 

Qualificação e mão de obra 

O empresário Célio Fernandes diz que, para o Brasil, uma taxa na casa dos 4% já poderia ser considerada para a classificação de pleno emprego. Segundo ele, a taxa seria um indicador suficiente, levando em conta os fatores brasileiros de desigualdade social e qualidade da mão de obra. 

Célio explica que a qualificação profissional dos trabalhadores em Mato Grosso já seria um fator de entrave para o mercado. Existiriam vagas disponíveis, mas o nível de trabalho dos candidatos estaria abaixo do procurado pelas empresas. Ou seja, o mercado estaria no vermelho no nível de produção. 

Essa parcela seria absorvida pelo mercado de trabalho informal ou estaria desempregada. Em Mato Grosso, eles representariam cerca de 1,8 milhão de pessoas, estando a maioria no mercado informal. 

“São fatores que preocupam e que deveriam ser olhados com cuidado pelos gestores. Não adianta gerar oportunidade de trabalho se as pessoas não têm qualificação para entrar na vaga. Os gestores públicos precisam investigar em cursos de capacitação para inserir esse pessoal no mercado”, afirmou. 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes