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O dilema do aspartame: se ele for ‘possivelmente cancerígeno’, o que muda na indústria

Nas prateleiras do supermercado, o aspartame é encontrado em refrigerantes dietéticos, molhos, sorvetes, chiclete e doces em geral

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O dilema do aspartame: se ele for ‘possivelmente cancerígeno’, o que muda na indústria

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está prestes a declarar o aspartame, um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo, como “possivelmente carcinogênico para os seres humanos”. Essa classificação, prevista para o próximo mês, foi finalizada após reunião de especialistas externos do grupo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), braço de pesquisa sobre câncer da OMS.

O aspartame é amplamente utilizado em diversos produtos, desde refrigerantes dietéticos da Coca-Cola até chicletes Extra da Mars e algumas bebidas da Snapple. Essa classificação como possível carcinógeno pode colocá-lo em confronto direto com a indústria alimentícia e os órgãos reguladores, gerando potenciais impactos econômicos e na formulação de produtos.

Decisões anteriores da IARC sobre outras substâncias, como o glifosato, tiveram impactos significativos na indústria. A classificação do glifosato como “provavelmente carcinogênico” resultou em processos judiciais e pressionou fabricantes a reformular receitas e buscar alternativas.

Indústria e reguladores temem confusão e preocupações do público

A realização quase simultânea da revisão do aspartame pela IARC e pelo comitê da OMS sobre aditivos (JECFA) preocupa a indústria e os reguladores. Eles solicitam coordenação para evitar confusão ou preocupações desnecessárias entre o público. A divulgação das conclusões de ambos os órgãos no mesmo dia é um dos pontos levantados.

A IARC tem sido alvo de críticas por suas classificações passadas, que geraram alarme desnecessário em relação a substâncias difíceis de evitar ou situações cotidianas, como o trabalho noturno e o consumo de carne vermelha. A indústria de adoçantes afirma que a revisão do aspartame pela IARC não é cientificamente abrangente e se baseia em pesquisas desacreditadas.

Reações da indústria de alimentos e bebidas

A classificação do aspartame como possível carcinógeno tem o objetivo de motivar mais pesquisas, ajudando agências, consumidores e fabricantes a chegarem a conclusões mais sólidas. No entanto, isso pode desencadear um debate sobre o papel da IARC e a segurança dos adoçantes de forma mais geral. As diretrizes recentes da OMS recomendando que os consumidores não usem adoçantes sem açúcar para controle de peso já geraram polêmica na indústria alimentícia.

Confira alguns produtos que usam o aspartame:

  1. Refrigerantes dietéticos: Coca-Cola Diet, Pepsi Max, Sprite Zero, entre outros.
  2. Bebidas energéticas e isotônicas: Red Bull Sugarfree, Gatorade Zero, Powerade Zero, entre outros.
  3. Chicles e balas sem açúcar: Chicletes Extra, Trident, Mentos Pure Fresh, Halls Sugar-Free, entre outros.
  4. Sobremesas e iogurtes sem açúcar: gelatinas sem açúcar, pudins sem açúcar, iogurtes dietéticos, entre outros.
  5. Adoçantes de mesa: aspartame é frequentemente utilizado em adoçantes de mesa em pó ou em tabletes.
  6. Produtos de panificação e confeitaria: biscoitos, bolos, tortas, chocolates e outros doces sem açúcar.
  7. Molhos e condimentos: molhos para salada, molho de tomate sem açúcar, ketchup diet, entre outros.
  8. Sorvetes e sobremesas congeladas sem açúcar: sorvetes dietéticos, picolés sem açúcar, entre outros.
  9. Preparações de café e chá: misturas para café solúvel, sachês de chá sem açúcar, entre outros.
  10. Suplementos alimentares: alguns suplementos, como shakes e barras proteicas, podem conter aspartame para adoçar sem adicionar calorias.

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