Crônicas Policiais

Mulher morta esganada havia pedido medidas protetivas, mas assassino não foi notificado

Vítima foi assassinada dentro de sua própria casa; policiais encontraram o ex-companheiro ainda em cima do corpo dela, a esganando

3 minutos de leitura
Mulher morta esganada havia pedido medidas protetivas, mas assassino não foi notificado
(Foto: Nortão Notícias)

Fátima Evanilda Pereira, 49 anos, que foi assassinada ontem (19) pelo ex-companheiro, Adilson da Silva Arruda, 33 anos, dentro de sua casa, no Bairro São Miguel, em Cáceres (220 km de Cuiabá), havia pedido medidas protetivas contra o acusado há uma semana, porém, ele não chegou a ser notificado.

A delegada titular da Delegacia da Mulher de Cáceres, Paula Gomes, disse ao Cáceres Notícias que, segundo familiares da vítima, Adilson estava perseguindo Fátima, mesmo ela não querendo mais reatar o relacionamento.

Fátima não tinha procurado a delegacia especializada, mas havia ido até o plantão da Polícia Civil pedindo a proteção.

“Ele, segundo informações, tem problemas psicológicos também. E, infelizmente, ela não buscou ajuda antes. Mas a gente verificou que ela pediu uma medida protetiva faz uma semana, durante o plantão, e, infelizmente, o suspeito ainda não tinha sido intimado dessa decisão e voltou a frequentar a residência da vítima. Então, ela acreditou nele e, infelizmente, hoje ele praticou esse feminicídio”, lamentou a delegada.

Adilson foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Ainda ontem, a delegada ouviu o acusado e pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva. Hoje (20) à tarde, ele passará por audiência de custódia.

A delegada Paula Gomes alerta sobre a importância de a denúncia ser feita nos primeiros sinais de violência, quando acontecer a primeira ameaça.

“A vítima tem que procurar a delegacia nos primeiros instantes desse ciclo de violência. Segundo os familiares falaram, há muito tempo que ela [Fátima] vem sofrendo, muitos anos. Então a vítima tem que acreditar que o suspeito, o agressor, o ex-marido, ele é sim capaz de fazer o mal maior. Infelizmente não tem agora como voltar atrás”, disse a delegada.

O caso

Fátima Evanilda Ferreira, 49 anos, foi esganada até a morte na tarde de ontem (19). O crime foi cometido pelo ex-companheiro dela, Adilson da Silva Arruda, 33 anos, no bairro São Miguel, em Cáceres (a 220 km de Cuiabá).

A Polícia Militar foi acionada por meio de denúncia anônima e uma equipe foi até o local. Vizinhos ajudaram os militares a estourar os cadeados do portão e, quando a equipe entrou na residência, encontrou Adilson em cima do corpo de Fátima, ainda a esganando.

O homem foi preso em flagrante. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas a vítima já estava morta.

O tenente-coronel da Polícia Militar Luiz Marcelo, que esteve no local do crime, lamentou o ocorrido e frisou a importância de que o ditado “em briga de marido e mulher ninguém se mete a colher” seja derrubado.

“Eu gostaria de esclarecer e deixar bem claro para todos os cidadãos de Cáceres: em briga de marido e mulher se deve meter a colher sim. Todos nós, enquanto cidadãos, temos a obrigação de interferir em qualquer ato de violência contra a mulher. Então, se você, vizinho, ouviu e percebeu que existe uma briga de marido e mulher na sua vizinhança, você tem o dever de informar a Polícia Militar. Se mete a colher sim. Porque se isso não acontecer, até quando vão morrer mulheres?”, disse o tenente-coronel.

Tenente-coronel Luiz Marcelo (Foto: Cáceres Notícias)

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
2
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes