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Modelo haitiano ganha destaque em passarelas e editoriais de moda no Brasil

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Modelo haitiano ganha destaque em passarelas e editoriais de moda no Brasil
Woolmay Mayden modelo haitiano SP
 

O haitiano Jean Woolmay Denson Pierre chegou ao Brasil em 2015, sem falar uma única palavra em português. Assim como outros milhares de imigrantes que recentemente chegaram ao país, esse era o menor dos desafios.

Superada a barreira do idioma, que ele aprendeu em quatro meses ao estudar com apoio dos livros do curso preparatório para o Enem – sonhava com a medicina – Woolmay Mayden (nome artístico) começou a receber propostas de trabalho para editoriais de revistas de moda, campanhas de marcas famosas, como a Nike e a Lacoste, além de desfiles na SP Fashion Week.

“Eu queria que o trabalho como modelo funcionasse como um suporte, para me ajudar a pagar os estudos. Mas novos convites estão surgindo e as coisas estão acontecendo”.

De Porto Príncipe, onde nasceu, veio direto ao encontro do pai que vivia em Joinville (SC), desde 2010. “Meu pai estava lá, mas era bem difícil para mim. Todos são brancos, os modelos são brancos, eu teria quase nenhuma chance. Eu disse a ele que ia a São Paulo para tentar a faculdade e claro, teria mais oportunidades aqui. Ele disse que não aceitava, especialmente porque não queria que eu seguisse a carreira de modelo, mas eu o convenci e vim”.

O pai o ajudou nos seis primeiros meses na grande metrópole, mas logo que a mãe e o irmão mais novo chegaram ao Brasil, ficou mais difícil para o pai e Woolmay teve que se virar sozinho. Neste tempo, dedicou-se ao estudo para conseguir uma vaga na faculdade, enquanto era chamado para os primeiros trabalhos como modelo no Brasil. No Haiti, ele havia dado os primeiros passos rumo a este sonho que só se tornou realidade mesmo, agora.

“Não consegui entrar para medicina, mas estou cursando o terceiro semestre de química. Tudo que ganho é para pagar uma porcentagem da faculdade, já que fiz financiamento pelo Fies, comer e pagar aluguel”.

Segundo o modelo, a história começou quando o fotógrafo Eric Ruiz – que à época trabalhava com o Emicida – o chamou para fazer fotos para a marca do rapper, a Laboratório Fantasma. “Depois disso recebi muitos convites, as marcas começaram a me chamar”.

Woolmay Mayden marca Laboratório Fantasma Emicida

Clique do fotógrafo Eric Ruiz para a coleção de lançamento da Laboratório Fantasma, marca do rapper Emicida

 Até convite para videoclipe ele já recebeu. Woolmay aparece em clipes de Aretuza Lovi (Vagabundo), Banda Uó (Sauna) e Super Combo (Morar).

YouTube video

Ele já desponta como uma grande promessa da moda, tendo participado de editorial do Banco de Talentos da Vogue, de desfiles pela Casa de Criadores – maior evento que revela novos estilistas da moda brasileira – e ainda, editorial da revista Elle Brasil. Na SP Fashion Week, já desfilou para a À La Garçonne e Beira.

haitiano modelo Elle

Editorial de moda para a revista Elle Brasil de dezembro

A propósito, quando entrevistado pela reportagem de o LIVRE, ele já estava no Rio de Janeiro se preparando para um novo teste nesta segunda-feira (8). “Estou esperando algumas respostas, então, ainda não posso contar nada”. Woolmay tem começado a viajar agora e já começa a sonhar com novas perspectivas. “Gostaria muito de realizar trabalhos em Tóquio, Londres e Milão”. 

Mas considera ainda, conhecer outras cidades brasileiras. “Eu ainda não conheci Cuiabá, por exemplo, mas já tenho feito diversos amigos pelas redes sociais”. Em especial, os irmãos haitianos que torcem juntos. A vitória de um, fortalece a autoestima do outro.

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