O governador Mauro Mendes mostrou desconfiança à estimativa do Ministério da Fazenda de um novo imposto com cobrança aos consumidores abaixo de 30%.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) apresentou esta semana as margens em que o IVA (Imposto de Valor Agregado) deverá variar. Pelos cálculos dele, os brasileiros devem pagar entre 25,45% e 27%.
A estimativa oficial da alíquota é bem menor do que a que os economistas calculam para o novo imposto. O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, diz que a cobrança não deve ficar abaixo de 30% e pode chegar a 35%.
“Eu tenho algumas reticências, e já vi vários estudos. É óbvio que o governo federal não vai querer chamar pra si, neste momento, essa pecha de o maior imposto do mundo, e que postergue isso lá pra frente. Quando trazer algum transtorno, que seja corrigido, lá em 2033”, disse Mauro Mendes.
O Conselho Nacional dos Secretários de Fazenda (Consefaz) e a equipe econômica do governo de Mato Grosso têm números aproximados para o IVA. O Consefaz cravou a alíquota de 35% como a mais provável de ser cobrada dos brasileiros.
Já a equipe econômica de Mato Grosso diz que a alíquota deve variar entre 32% e 35%, a depender de novas mudanças no texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, em votação no Senado.
O imposto maior seria para cobrir as desonerações para setores econômicos no novo modelo de tributos. Em tese, quanto menor a base de cobrança, maior é a cobrança do imposto. A relação é para manter o nível de dinheiro nos cofres públicos, que pagam os gastos.
“Alguns setores vão ficar totalmente isentos [de cobrança]. Toda a cadeia de exportação não vai pagar nenhum imposto, toda a cadeira de mineração, toda a cadeira do agro, toda a cadeira das indústrias que exportam. Eu tenho feito essa pergunta: se alguns vão deixar de pagar, quem vai pagar mais para suprir as despesas, que não vão diminuir?”, afirmou Mauro Mendes.
Para o governador, a estimativa do Ministério da Fazenda tem a ver com o hábito comum da política brasileira de deixar para depois a solução de problemas antevistos em tempo menos imediato.