Angelo Varela
A ex-presidente da Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC) em Mato Grosso e outras três pessoas viraram réus em ação que trata de devios de dinheiro da instituição, que somandos ultrapassam R$ 2 milhões. O crime foi descoberto no final de 2015 e os envolvidos foram indiciados em fevereiro de 2016.
Os criminosos desviaram dinheiro que seria utilizado para crianças e adolescentes que lutam contra o câncer e para seus familiares, pois serviria para custear despesas com hospedagem, transporte e até gastos com alimentação e remédios.
Segundo o Ministério Público, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio das contas bancárias até o valor de R$ 2,49 milhões da ex-presidente da Associação, Telen Aparecida da Costa e outras três pessoas que participaram do esquema. Entre elas estão o marido de Telen, William Cesar Bastista de Jesus, a mãe, Edite Gonçalves de Arruda Costa e o contador Luciano Gledson Monteiro Catelan. Os quatro devem responder pelos crimes de peculato, falsidade de documento, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Telen administrou a AACC entre os anos de 2009 e 2015. De acordo com a denúncia, enquanto ficou no cargo, ela desviou dinheiro da Associação contando com a participação de seus familiares e do contador. No período, foram realizadas diversas transferências bancárias efetuadas eletronicamente pela então presidente, que retirava dinheiro das contas da AACC e destinava os recursos para suas contas pessoais e de seus comparsas. Muitas das operações, segundo o MP, foram justificadas com documentos falsos ou inválidos.
Para o promotor de Justiça Sérgio Silva da Costa, “a associação criminosa identificou na atribuição de administrar a AACC uma fonte de receita espúria ao forjar contratações de serviços e transferir montantes absurdos da entidade para suas contas particulares, dinheiro esse que seria destinado ao auxílio de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, bem como aos seus acompanhantes”.
Conforme o MPE, durante as investigações foi concluído que o prejuízo da associação foi de origem financeira e moral. O órgão requereu a prisão preventiva da ex-presidente e do marido, porém, o pedido foi negado pela 7ª Vara, na qual tramita em segredo de justiça a ação.