A situação de indicativo de greve para os enfermeiros do Hospital Regional de Sinop (500 km de Cuiabá) deverá ser resolvida na próxima quinta-feira (13), quando encerra o prazo dado pelo Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT) para que a administração quite os salários atrasados dos profissionais.
De acordo o presidente do sindicato, Dejamir Souza Soares, os profissionais de Sinop estão há dois meses sem receber o pagamento referente aos serviços prestados, ou seja, desde outubro. Com isso, a situação teria ficado insustentável. Diante do que foi considerado “descaso” com a classe de enfermeiros, representantes protocolaram ofício na última segunda-feira (10), comunicando o indicativo de greve.
Nesta semana, decisão da Justiça estadual determinou que o Banco do Brasil libere o valor de R$ 5,2 milhões, que estavam bloqueados desde o fim de novembro, para que o Estado quite os valores atrasados com o Instituto Gerir, que administra o Hospital Regional de Sinop.
Segundo Dejamir, é apenas após a liberação do recurso, que deve acontecer nesta quarta-feira (12), que os profissionais vão determinar se haverá ou não a greve na instituição. Conforme o representante, a categoria votou algumas condições:
Caso o hospital receba o dinheiro e quite os dois meses em atraso, os profissionais não irão parar as atividades. No entanto, caso o hospital receba o dinheiro e pague apenas um dos meses, a classe irá iniciar a greve, na quinta-feira, a partir das 19 horas.
“O hospital tem como pagar, porque cada folha é de R$ 700 mil. Duas folhas dão R$ 1,4 milhão. Somado o 13º vai dar R$ 2,1 milhões”, explicou, calculando. “Está sendo liberado para o Instituto Gerir R$ 5,4 milhões, então dá para ele pagar a folha, pagar o 13º e ainda colocar medicação no hospital. Depende dele querer fazer”, concluiu.
Conforme o sindicalista, até esta terça-feira, o dinheiro liberado pela Justiça ainda não havia sido depositado na conta do Instituto. O Sindicato segue monitorando, para dar apoio aos profissionais.
Crise em Sinop
Há quase um mês o LIVRE noticiou o desabafo da prefeita de Sinop, Rosana Martinelli, que pedia a atenção do poder público para a saúde do município.
Conforme a prefeita, à época, o Hospital Regional de Sinop tinha fechado as portas para novas internações. Com isso, houve uma superlotação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que chegou a ficar com mais de 50 pessoas internadas aguardando regulação para o Regional.
Segundo Rosana comentou com a reportagem, a informação que tinha recebido era de que os profissionais já estavam paralisando as atividades por falta de repasse. Disse que chegou a comunicar a situação para a Secretaria de Estado de Saúde, que confirmou ao LIVRE que havia pagamento em atraso, mas que seria regularizado naquela mesma semana.
Outro lado
Em nota, o Hospital Regional de Sinop informou, por meio de sua assessoria, que aguarda os repasses atrasados por parte da Secretaria de Estado de Saúde para, então, fazer o pagamento dos funcionários e normalizar as atividades.
Atualizada em 12/12, às 16h25
