Antônio Cruz/Agência Brasil
Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no lançamento do Plano Safra
O Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 vai disponibilizar mais de R$ 190 bilhões para financiar a atividade agropecuária no país, acréscimo de 2,7% em relação ao montante liberado no ciclo anterior (R$ 185 bilhões). Produtores de médio e grande porte poderão ter acesso ao crédito a partir do dia 1º de julho deste ano.
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (07), pelo presidente Michel Temer e pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que chamou o setor de “grande salvador da lavoura”.
Para custeio e comercialização serão destinados R$ 150,25 bilhões, sendo R$ 116,25 bilhões com taxas fixadas pelo governo e R$ 35 bilhões com juros livres, negociados entre bancos e produtor. Já o montante para investimento recebeu acréscimo de 12%, saltou de R$ 34,05 bilhões para R$ 38,15 bi. O apoio à comercialização foi contemplado com R$ 1,4 bilhão.
Faixas de empréstimo e juros
Grandes produtores poderão financiar até R$ 3 milhões para custeio, por ano agrícola. Para o médio produtor, o limite será de R$ 1,5 milhão. O prazo para pagamento será de até 14 meses.
O governo federal também confirmou a redução dos juros das operações entre um e dois pontos percentuais, informação antecipada pelo LIVRE. Nas linhas de custeio e investimentos, a redução foi de um ponto percentual. Os juros caíram de 8,5% ao ano e 9,5% ao ano para 7,5% e 8,5%, respectivamente.
Em relação ao Seguro Rural (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural – PSR), o produtor terá disponível R$ 550 milhões, aumento de 37,5% em relação ao ano anterior.
Thiago Silva/Estadão Conteúdo
Estoque de milho a céu aberto por conta da falta de armazéns em Sinop
Armazenagem e tecnologia
A grande novidade está no incentivo à armazenagem de grãos, grave problema enfrentado pelos produtores mato-grossense onde 35 milhões de toneladas não têm onde serem estocadas. O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) teve redução de dois pontos percentuais na taxa de juros, ficando em 6,5% ao ano. O total disponível para o investimento em armazenagem é de R$ 1,6 bilhão. Neste ciclo, cerealistas também serão contemplados com o plano.
“O Centro-Oeste e Norte do país sofrem com a falta de espaço para armazenar seus grãos, sabemos da gravidade do problema. Investir nisso é prioridade, e concedemos até 15 anos para o pagamento”, comentou o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller.
Outra linha que teve redução de dois pontos percentuais na taxa de juros foi o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), uma linha de crédito que apoia o uso da conectividade no campo. O programa financia, por exemplo, equipamentos de agricultura de precisão e contará com R$ 1,26 bilhão neste ano agrícola. O limite é de R$ 1,1 milhão por produtor.
Médio Produtor
Para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foram destinados R$ 21,7 bilhões, alta de 12% se comparado com a safra 2016/17 e juros fixos a 7,5% ao ano. Serão R$ 18 bilhões em custeio e R$ 3,7 bilhões em investimentos.
Depois de dois anos parada, o PAP da safra 2017/18 retoma a linha de crédito do BNDES voltada para renovação de canaviais (Prorenova Rural) com recursos de R$ 1,5 bilhão.
Moderfrota
O Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) passa a contar com R$ 9,2 bilhões, com incremento de 82,2%. A compra de máquinas e implementos agrícolas terá o limite de financiamento de 90% do valor financiado, com prazo de pagamento de 7 anos.