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Família de idoso agredido diz que perdoa policial, mas isso não a impede de lutar por justiça

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Família de idoso agredido diz que perdoa policial, mas isso não a impede de lutar por justiça

“Todas as vezes que fecho os olhos e imagino aquela cena, de um idoso de 91 anos, indefeso, sendo covardemente agredido por um monstro, que se identifica como policial, confesso que involuntariamente escorrem lágrimas de meus olhos”, disse Isaque Levi Batista dos Santos, neto do idoso Vitalino Xavier Santos, de 91 anos, agredido por um policial civil na última sexta-feira (27).

Em nota, o investigador da Polícia Civil Ailton Afonso Batista, de 51 anos, pediu perdão pelo que chamou de “incidente” e, também em nota, a família respondeu a ele.

Segundo o neto do idoso, que é advogado e está representando o avô judicialmente, como cristãos, a família perdoa o policial e ora para que ele nunca passe pelo que eles estão passando, mas, ainda assim, pedem justiça.

“Perdoar não significa saciar a sede de justiça, e, como tal, o agressor terá que arcar com as consequências daquilo que fez, estamos imbuídos para que ele jamais volte a agredir outra pessoa, seja ela criança, adulto, mulher ou idoso”, disse o neto do idoso, em trecho da nota.

Isaque chamou o pedido de perdão enviado pelo policial de “forjado” e disse que foi escrito por alguém cujo histórico “denuncia seu desequilíbrio emocional”.

“Alguém, cuja o passado se resume em agredir o vizinho com tijoladas na cabeça de forma gratuita e de disparos de arma de fogo contra transeuntes sem qualquer justificativa plausível”, afirmou o neto do idoso.

Para ele, o pedido de perdão visa apenas a contornar a repercussão da agressão e a repulsa demonstrada pela sociedade depois da divulgação do caso por meio da imprensa. O advogado acusa inclusive o agressor de estar se vitimizando, “um pedido de perdão eivado de justificativas ao injustificável”.

Ele afirmou que espera que a agressão a seu avô sirva de aprendizado e reflexão para a sociedade sobre a cultura de respeito aos idosos, pedindo que atos de violência e discriminação contra idosos não sejam mais admitidos.

“Minhas lágrimas representam minha dor, minha revolta como humano, como advogado, como servidor público que sou, e principalmente, como neto, ao ver meu avô sendo vítima de uma brutalidade imensurável”, escreveu Isaque.

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