Ednilson Aguiar/O Livre
O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller (PMDB), negou ter recebido qualquer vantagem ilícita do frigorífico JBS, e de que tivesse proximidade com o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) – preso desde o dia 19 de outubro do ano passado, sob acusação de receber propina e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
Informação da revista Época divulgada na noite desta terça-feira (2), indica que Geller teria sido um dos beneficiados por Florisvaldo de Oliveira, apontado como o “homem da mala” da JBS. Segundo a revista, em outubro de 2014, Oliveira foi a Brasília e, no gabinete do ex-ministro, entregou a ele R$ 250 mil de propina.
“Deixa eu te dizer de forma categória: isso jamais aconteceu. A minha consciência está 100% tranquila”, afirmou, sem dar maiores detalhes. Geller relatou que o único vínculo que possuía com membros do setor da carne era com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e com a Associação Brasileira de Proteína Animal (APBA).
“Fiz algumas viagens de cunho estritamente comercial com representantes dessas associações”, contou.
Descrito na reportagem como sendo muito próximo de Cunha, o ex-ministro disse que “fui tão colega [do ex-deputado] que não o recebi nenhuma vez em meu gabinete”.
Questionado sobre o porquê de ter o nome envolvido na denúncia que consta na reportagem, o ex-ministro disse desconhecer os motivos. “Desde a [Operação] Terra Prometida é que tentam me prejudicar, mas não tenho uma vírgula a esconder”.
Deflagrada pela PF em 2014, a operação investigava um esquema ilegal de comércio de terras da reforma agrária. O ex-ministro chegou a ser citado, mas não foi alvo de acusação formal.