Além da disputa pelos votos da população, os candidatos a deputados terão outro desafio intra corporis, nos partidos, por causa do chamado fogo amigo. Uma disputa interna onde os concorrentes passa a ser os membros da mesma legenda..

Como as chapas em gerais não foram montadas, com começo, meio e fim, não possuem muitos nomes para alcançar quocientes eleitorais altos, as poucas vagas que conquistarem nas chamadas médias, começarão a ser disputadas á tapa dentro do próprio partido, provocando uma autofagia sem fim.

É de praxe nos partidos que os nomes mais competitivos, em especial, entre os que disputam a segunda e terceira vaga de estadual e federal, já fiquem de olho nos potenciais concorrentes dentro da própria chapa, monitorando-os. Em alguns casos esses candidatos podem atacar deslealmente os redutos eleitorais chamados chocadeiras de votos desses adversários na reta final.

Isso sempre ocorreu em eleições proporcionais e nessa, em especial será muito mais acirrada por causa da proibição das coligações e da exigência de percentuais e quocientes mínimos para o cômputo da sobra.

Essas disputas e ataques às bases políticas dos candidatos na mesma chapa pode ser uma faca de dois gumes.

Se por um lado, favorece o candidato A ou B, por outro, a briga, pode empurrar os votos para fora da legenda, esvaziando assim o quociente, num efeito contrário.

Nem sempre a cooptação transfere os votos para quem cooptou os eleitores.

Outra estratégia muito adotada para minar as chapas adversárias, de dentro para fora, é estimular a desistência dos candidatos menos competitivos, mas que somam no quociente eleitoral.

Esse público que disputa, sem muitas chances eleitorais, as vezes, querem fazer apenas recall de imagem para serem vereadores ou até mesmo prefeito no futuro em seus municípios..

Essas desistências que estão acontecendo aos montes pelas próprias questões da disputa podem também ter a mão invisível dos adversários.

O objetivo é diminuir a quantidade de votos válidos de partidos adversários na disputa, e, consequentemente de quociente e número de vagas, alguns partidos tentarão convencer seus concorrentes mais fracos a desistirem do pleito, virando o voto.

Em tempo de chapas magras, na dúvida de qual a melhor tática eleitoral a ser adotada, sugiro aos candidatos ciscarem para dentro e não para fora, respeitando os espaços de seus próprios aliados na chapa.

Cada um tem que correr atrás de seus votos e torcer para que os candidatos mais fortes empurrem o quociente para cima, explodam de votos para ampliar o número de vagas, aumentando as chances de obter mais vagas e não o contrário, sabotando a chapa.

Na prática, não é sempre fairplay, a desconfiança e insegurança reina o tempo todo, apesar das disputas serem proporcionais prevalece sempre os interesses individuais.

O individualismo é da natureza humana, disse Charles Darwin ou do homem que segundo Aristoteles é um animal político.

“Em tempo de Murici, cada um cuida de si!” disse sabiamente a deputada Janaína Riva ao tratar de como será a disputa daqui por diante, depois do registro das chapas.

Murici é um fruto nativo do cerrado, muito apreciado e existente aos montes em Mato Grosso, mas é temporão e difícil de achar.. Quem sabe o caminho para encontrá-lo na mata, colhe muito mais frutos.

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