Bem Estar

Doença reumatológica: tendinite aflige uma a cada 100 pessoas no mundo

Fisioterapeuta fala sobre uma das principais causas de afastamento do trabalho e dá dicas de prevenção

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Doença reumatológica: tendinite aflige uma a cada 100 pessoas no mundo

A tendinite é uma das doenças responsáveis pelo maior número de afastamento do trabalho. Ela está na lista de LER( Lesões por Esforço Repetitivo) e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge uma em cada 100 pessoas no mundo.

A dor, relacionada a várias atividades que envolvem movimentos contínuos, é descrita desde a Antiguidade, tornando-se mais numeroso o número de casos a partir da Revolução Industrial.

O fisioterapeuta Franklin Soares explica que a tendinite é o processo inflamatório que pode afetar um ou mais tendões – as estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos e servem para transmitir a potência de contração muscular necessária para realização de movimentos funcionais e  laborais do cotidiano.

“Esta condição pode ocorrer em pessoas de todas as idades, envolve com mais frequência os tendões dos ombros, cotovelos, mãos e punhos, tornozelos e pés. Em geral, costuma ser temporária e tem cura, mas se não tratada corretamente, pode se tornar crônica e gerar tendinoses, que é a degeneração dos tendões, podendo levar o indivíduo à incapacidade em executar atividades funcionais que exijam a utilização da parte do corpo afetada pela doença”, evidencia.

O profissional afirma que a tendinite está relacionada a ocupações do cotidiano, laborais e esportivas, com atividades em que se realizam esforços repetitivos afetando empregadas domésticas, donas de casa, esportistas, operários,  profissionais da saúde, entre outros.

Sinais e diagnóstico

O fisioterapeuta destaca que algumas das principais manifestações da tendinite são: dor, inchaço local, vermelhidão e dificuldade ou incapacidade para efetuar movimentos funcionais articulares. Por exemplo, se a inflamação atinge os tendões dos dedos das mãos, a pessoa pode não conseguir escrever ou digitar com facilidade ou até mesmo girar a maçaneta de uma porta.

“A inflamação muito frequentemente costuma ser decorrente de sobrecargas por esforços repetitivos ou por traumas mecânicos locais, sobretudo se o indivíduo apresenta gestual e posição inadequados e execução de tarefas além de suas capacidades físicas. Pode ser causada por infecção ao redor do tendão, por foco dentário (cáries) e ainda surgir como um problema secundário, consequente de outras doenças como alterações metabólicas, reumatológicas, como a artrite reumatoide, e pode até mesmo estar vinculada à má alimentação”, observa o profissional.

Franklin acrescenta que o diagnóstico da tendinite  requer uma combinação entre  exames clínico e físico funcional, além do levantamento da história do paciente, que vai evidenciar a prática de movimentos corporais repetitivos, e exames complementares de imagem, como radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética da região afetada, que são capazes de apontar exatamente os tecidos acometidos pela inflamação e o grau da lesão.

“Dependendo da gravidade da disfunção, o tratamento pode incluir desde o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia e até períodos de repouso temporários com ou sem imobilização da articulação envolvida. Nas tendinites ocasionadas por movimentos repetitivos, a reabilitação, com reeducação dos fatores que a desencadearam, a exemplo do gestual mecânico adequado, é fundamental, orienta o profissional, frisando que ‘a prevenção sempre é a melhor conduta’”, garante.

Como prevenir a tendinite

O fisioterapeuta dá algumas dicas de prevenção que devem ser seguidas por pessoas acometidas pela doença e também pelos responsáveis pela ergonomia em empresas, uma forma de cuidado para que os trabalhadores se tornem menos vulneráveis à tendinite. Segundo  Franklin, avaliações periódicas executadas por profissionais se fazem necessárias, pois cada indivíduo apresenta especificidades únicas.

As medidas destacadas pelo professor do curso de Fisioterapia da Estácio incluem:

“A melhora dos aspectos ergonômicos no ambiente laboral, que implicam a adaptação do mobiliário e do posto de trabalho às necessidades do indivíduo, incluindo modificação dos hábitos e funções. Quem exerce atividades profissionais ou de lazer que exigem movimentos repetitivos deve também fazer intervalos para melhora da circulação e promover melhor oxigenação tecidual, além de refrescar a mente. Até porque a pressão e o estresse do dia a dia contribuem para o aumento de risco de sobrecargas posturais e mecânicas articulares. Alongamentos e exercícios regulares de fortalecimento muscular orientados são necessários, para melhora do metabolismo corporal como um todo”, finaliza o fisioterapeuta.

(Da Assessoria)

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