Ednilson Aguiar/O Livre
Deputado federal Fábio Garcia
Depois de se desfiliarem do Partido Socialista Brasileiro (PSB), os deputados federais Fábio Garcia e Adilton Sachetti buscam um partido com qual tenham afinidade ideológica. Garcia foi destituído da presidência em Mato Grosso e quase foi expulso da sigla porque contrariou a orientação partidária e votou a favor da reforma trabalhista. Sachetti não votou porque estava de licença, mas afirmou que seu voto teria sido igual ao do colega de bancada.
“Sem dúvida, vamos para um partido que esteja disposto a fazer o que precisa ser feito no Brasil”, afirmou Garcia. “Queremos um partido com qual temos afinidade de pensamento e liberdade para trabalhar”.
Ele demonstrou simpatia pelo DEM, que está passando por uma remodelação e deve ganhar uma nova roupagem antes das próximas eleições. “O DEM é um partido que está se posicionando com um pensamento de ‘centro democrático’. Defende uma reforma do Estado, a diminuição do Estado para que ele seja mais eficiente”, definiu Garcia.
Sachetti também defende a redução do tamanho do Estado. “O Estado precisa ser pequeno e com oportunidades iguais para todos”, afirmou. “Essas questões de direita e esquerda estão superadas. Quando defendo um Estado pequeno, sou de direita. Quando penso no coletivo, teoricamente, sou esquerda. Então o partido que for me abrigar tem que ter uma compreensão clara”, argumentou.
“Não dá para entrar em um partido com bandeiras ultrapassadas, de dois séculos atrás. Tem que ter espaço para essas discussões. Não podemos nos filiar a um partido que aja como o que eu saí, com uma visão tacanha e ultrapassada”, completou Sachetti.
Eles também receberam convites do PP, PR, PSDB, PMDB e Podemos. Fábio Garcia disse ver mais chances de filiação ao DEM, PP e PR, pela combinação de serem partidos com bandeiras semelhantes às que eles defendem – e não serem tão pequenos
Bancada estadual
O ex-presidente do PSB afirmou, no entanto, que essa decisão não será tomada agora, pois a definição partidária não está entre as suas prioridades. Ele disse que o momento é de focar na atuação na Câmara, para ajudar na recuperação econômica do país.
“Essa não será uma decisão pessoal minha. Será uma decisão de grupo. Vou levar ao grupo as opções, para que possamos conversar e cada um decidir o seu caminho”, disse Garcia.
Além dos dois federais, a bancada de deputados estaduais também deve se desfiliar do PSB. Com a destituição de Garcia da presidência, Valtenir Pereira assumiu o comando da sigla no estado, o que incomodou alguns parlamentares. Como a janela de infidelidade dos deputados estaduais se abrirá somente em março de 2018, até lá eles devem continuar no PSB.
Eduardo Botelho e Max Russi demonstram simpatia pelo DEM, enquanto Mauro Savi e Oscar Bezerra demonstraram inclinação para se filiar ao PP.
