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Desperdício: 45% da água captada escorre pelo “ralo” em MT

Estudos revelam que Mato Grosso enfrenta sérios problemas de perda hídrica durante o processo de distribuição, afetando não apenas os recursos naturais, mas também os custos e a qualidade do abastecimento de água

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Desperdício: 45% da água captada escorre pelo “ralo” em MT
(Agência Brasil)

Mato Grosso, conhecido por suas vastas reservas naturais, enfrenta uma preocupante realidade: é o 11° estado brasileiro com maior desperdício de água. A perda acontece no processo de distribuição, revelam dados do Diagnóstico Temático de Serviços de Água e Esgoto do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2023. Aproximadamente 45,4% de toda a água captada e tratada é perdida, destacando-se como o estado com o pior cenário na região Centro-Oeste.

Eliana Rondon, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos (PPGRH/UFMT) e do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Saneamento Ambiental (NIESA/UFMT), explica que os elevados percentuais de perda não apenas afetam os mananciais, mas também aumentam os custos de produtos químicos, energia e, consequentemente, o valor final da água. Vazamentos nas tubulações, conexões e registros da rede pública, juntamente com ligações clandestinas, contribuem para esse cenário preocupante.

A ausência de manutenção e operação adequadas dos sistemas de abastecimento é apontada como uma das principais causas das perdas hídricas. Segundo Eliana Rondon, a falta de gerenciamento adequado provoca não apenas desperdício, mas também escassez hídrica, mesmo em regiões com disponibilidade de mananciais. O caso de Várzea Grande ilustra essa situação. Lá, o rio Cuiabá, responsável pelo abastecimento, apresenta disponibilidade hídrica, mas problemas persistem no sistema de distribuição.

Soluções emergentes para um desperdício contínuo

O engenheiro Édio Ferraz (NIESA/UFMT) ressalta a necessidade de investimentos em diversas ações para solucionar a questão, como padronização das ligações domiciliares, substituição de redes de distribuição obsoletas e implantação de tecnologias para monitoramento e controle do sistema. A modernização do sistema de distribuição é apontada como uma estratégia essencial para combater as perdas.

Apesar de um leve declínio de 3% nas perdas hídricas entre 2022 e 2023, conforme apontado pelo SNIS, especialistas como Eliana Rondon consideram que a diminuição é insuficiente para refletir melhorias significativas nos sistemas de distribuição. Além disso, a diferenciação entre perdas reais e aparentes destaca a complexidade do problema, exigindo um esforço conjunto para enfrentá-lo.

Conscientização e ação: o caminho para a sustentabilidade hídrica

Diante do desafio do desperdício de água, é fundamental promover a conscientização da população e a adoção de medidas eficazes para a preservação desse recurso vital. A busca por soluções sustentáveis e a implementação de políticas públicas adequadas são essenciais para garantir o acesso equitativo à água e proteger nossos recursos naturais para as gerações futuras.

(Com informações da Assessoria)

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