Ednilson Aguiar/O Livre
Mauro Mendes, ex-prefeito de Cuiabá: articulação do DEM nacional visaria a lançá-lo ao Governo de Mato Grosso no ano que vem
Com a benção do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, deve assumir o comando do DEM em Mato Grosso. A articulação, que é costurada na ponte aérea Cuiabá-Brasília, prevê ainda o destronamento da família Campos, cujos maiores expoentes são os ex-governadores Jayme e Júlio – no comando da legenda há anos.
Segundo fontes próximas ao presidente da Câmara, a articulação faz parte das suas movimentações que visam a fortalecer o seu partido a partir do ano que vem. Ele teria dito que já chegou a hora de afastar nomes associados à velha política no partido, como seria o caso dos irmãos, cedendo lugar a nomes mais competitivos.
A movimentação ganhou corpo na última semana, durante a viagem do governador Pedro Taques (PSDB) para a China e Alemanha, quando encontros entre membros do DEM e outros partidos ocorreram na capital mato-grossense e na capital federal.
Maia, que tem o objetivo de ampliar a força do DEM em 2018 e dessa forma criar maior musculatura para negociar apoios nas campanhas majoritárias, teria avalizado a movimentação e garantido a emissários de Mendes que, caso ele migre para o partido, ele lhe entregaria o comando da máquina.
Ainda não está definido quem assumiria o cargo de presidente do DEM em Mato Grosso. A hipótese que ganhou mais força ao longo do fim de semana foi a de o deputado Fabio Garcia, ex-PSB, assumir a presidência da legenda.
Mendes poderia se lançar ao governo, indo para um embate direto com Taques. Outra possibilidade é a de ele se lançar ao Senado.
Blairo Maggi assiste às movimentações, mas ainda não se posicionou a respeito do tema. Seus aliados, no entanto, se mostraram animados quanto à possibilidade de Mendes sair para o governo.
Caso seja levada a cabo, a renovação do DEM em Mato Grosso deixaria os irmãos Campos no escanteio do partido – o que poderia provocar um racha que levasse à desfiliação dos dois, o que é visto com bons olhos por alguns dos envolvidos na articulação.