Ednilson Aguiar/O Livre
Selma Arruda: “Trabalhou contra a sociedade e a favor apenas de seus interesses”
Não faltaram adjetivos para classificar o ex-procurador Francisco de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, na sentença assinada pela juíza Selma Rosane Arruda, que o condenou a 15 anos e meio de prisão em regime fechado.
O LIVRE obteve com exclusividade o documento da sentença, datado desta sexta-feira (15). Nas mais de 400 páginas do arquivo, Selma faz 98 menções ao nome de Chico Lima, definindo-o como um sujeito inescrupuloso e cheio de apetite por dinheiro público.
Ele foi condenado pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Lima teria siddo responsável por injetar clandestinamente cerca de R$ 2 milhões no mercado. O dinheiro vinha de propina arrecada por meio da concessão fraudulenta de incentivos fiscais, no chamado Prodeic, criado para atrair empresas a Mato Grosso.
“Ganancioso” e “Irresponsável” são alguns dos nomes pelos quais Selma Arruda chama o ex-procurador. Ela recorda ainda que o ex-governador Silval Barbosa afirmou em depoimento que Chico Lima teria de ser controlado, caso contrário “venderia o Estado”.
“Durante anos trabalhou contra a sociedade e a favor apenas de seus interesses pessoais e dos interesses da organização criminosa. Durante anos trabalhou contra a sociedade e a favor apenas de seus interesses pessoais e dos interesses da organização criminosa”, afirma a magistrada.
A pena de Chico Lima foi maior que a de Pedro Nadaf, que foi condenado a 7 anos de prisão, também em regime fechado. Marcel de Cursi deve ficar até 12 anos preso e Silval Barbosa foi condenado a 13 anos.
A Operação Sodoma foi resultado da delação do empresário João Batista Rosa, que contou ao Ministério Público ter sido coagido a pagar propina a membros do então governo para conseguir receber benefícios fiscais.
Por Lázaro Borges, Orlando Morais e Guilherme Waltemberg
