No segundo dia de audiência de instrução do caso Toni Flor, a irmã e a mãe da vítima foram algumas das testemunhas ouvidas. Viviane Aparecida Flor disse que não desconfiou que Ana Claudia de Souza Oliveira Flor tivesse envolvimento no crime. Já Leonice da Silva Flor disse que “em seu coração” sabia que a nora seria a responsável pela morte do rapaz.
Toni morreu depois de ser ferido a tiros enquanto chegava para treinar em uma academia da Capital, em agosto de 2020. Enquanto era socorrido, afirmou a um amigo que o ataque teria sido um engano e a verdadeira vítima seria um policial rodoviário federal praticante de jiu-jitsu no mesmo local.
Essa informação foi a mesma repassada por Viviane durante seu depoimento na audiência desta terça-feira (22). A mulher comentou que a cunhada, Ana Claudia, afirmou que o alvo seria um outro rapaz que teria um kimono igual ao de Toni, um carro semelhante, entre outras características que seriam semelhantes.
Viviane relatou que o relacionamento entre o irmão e a cunhada era conturbado, com muitas brigas, mas eles logo faziam as pazes. Tanto é que, dias antes de ser assassinado, Toni estava fora de casa e contou à irmã que teria a intenção de se separar de Ana Claudia. Inclusive, o empresário relatou que estaria conversando com uma outra mulher e queria reconstruir a vida.
“Por isso, na época eu conversei com a Ana e questionei se ela sabia dessa outra pessoa. Ela disse que sim, que ele teria dito ser alguém sem importância”, destacou Viviane.
A irmã de Toni lembrou que em momento algum chegou a pensar que a cunhada estivesse envolvida no crime. Segundo Viviane, ela até estranhou quando percebeu que a polícia poderia estar considerando Ana Claudia como suspeita.
Sem dúvidas
Por outro lado, essa dúvida não existia para Leonice. A mãe de Toni afirmou que assim que considerou a nora envolvida desde que soube do crime. “Meu coração de mãe palpitava que teria sido ela”, disse.
Isso porque, segundo ela, a nora já tinha sinalizado ser uma pessoa perigosa, durante as brigas com o marido quebrava muitas coisas da casa onde moravam.
Leonice lembrou que após a morte do marido, Ana Claudia passou a ficar mais tempo próxima da sogra. “Ela se apegou a mim, vivia na minha casa, chorando junto comigo”, contou.
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Outros depoimentos
Foram ouvidos ainda o delegado Marcel Oliveira, que teve o depoimento suspenso no primeiro dia, depois que a Penitenciária Central do Estado (PCE), onde três acusados estão detidos, ficou sem energia.
A interrupção foi necessária porque não seria possível Dieliton Mota da Silva, Igor Espinosa e Wellington Honoria Albino acompanharem as declarações feitas.
Na retomada, o policial reforçou que as investigações fortaleciam quanto a Ana Claudia ser a mandante do crime e a viúva demonstrava muita preocupação quanto a identificação dos suspeitos do crime.
Amigo de Toni, o policial Glauber Farias reforçou as declarações que foram dadas pela mulher, Aldina Marcia Alez Herter, quanto a descoberta do atirador, Igor.
A mãe e a namorada de Igor também depuseram nesta terça-feira. Ivanir Espinosa e Priscila de Paula Pereira Serra afirmaram que o rapaz confessou ter matado alguém, sem fornecer detalhes, e que teria se arrependido de ter cometido o crime.