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Câncer de testículo, raro e com alto índice de cura

Urologista observa que desconhecimento da população sobre a doença e diagnóstico tardio impactam negativamente o tratamento

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Câncer de testículo, raro e com alto índice de cura

“Autoexame dos testículos existe?” Não raras vezes, o urologista Fernando Leão, que atua na Oncomed-MT, em Cuiabá, depara-se com essa pergunta, à qual responde: “sim, existe, é simples de fazer e importante.” Desconhecido por grande parte da população, o procedimento é um valoroso aliado na detecção precoce do câncer de testículo, doença rara que atinge sobretudo adultos jovens e que tem elevada taxa de cura, na casa dos 95%.

Com laço na cor lilás, o calendário de saúde dedica o mês de abril à divulgação de informações sobre este tipo de tumor.

O câncer testicular costuma desenvolver-se como uma tumoração palpável, dura, em um dos testículos, acompanhado geralmente por um aumento rápido e pouco doloroso do volume. Embora ele corresponda a somente 1 a 2% de todos os canceres em homens no mundo, sua incidência tem aumentado nos últimos 40 anos, principalmente em nações industrializadas. O Brasil registra, atualmente, 2,2 casos a cada 100 mil habitantes, segundo o Comitê Brasileiro de Estudos em Uro-oncologia.

“Um dos principais fatores de risco é a criptorquidia, condição em que o testículo está posicionado fora da bolsa testicular, uma alteração genital relativamente comum, em que a glândula não desceu antes do nascimento”, explica o médico. Ainda entre os fatores que podem desencadear a doença é importante destacar a infertilidade, o histórico familiar e o uso regular e frequente de maconha.

De olho nos sinais

Na maioria dos pacientes a tumoração no testículo é indolor, motivo pelo qual é importante estar atento a alterações de tamanho. Outras manifestações da doença menos comuns, também podem ocorrer, dentre as quais a presença de dor nas costas e aumento do volume das mamas.

“Dentre essas manifestações também está a presença de tumor palpável e endurecido na região abdominal, geralmente do mesmo lado do testículo acometido. Essa tumoração não raramente comprime o ureter, levando a uma dilatação do rim e consequente dor nas costas ou cólicas renais.”

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico inicial inclui exame físico, realizado no consultório médico, ultrassom de bolsa escrotal, verificação de marcadores tumorais por meio de testes sanguíneos e exames de imagem como ressonância magnética e tomografia.

Altamente curável, o câncer de testículo, geralmente, é sanado a partir de uma cirurgia simples: a “orquiectomia radical”, que consiste na retirada do testículo acometido. O procedimento é utilizado tanto para diagnóstico histológico (análise dos tecidos para verificação do tipo de tumor) como para controle local da doença.

Pode ser necessária a realização de quimioterapia e radioterapia, caso a tumoração esteja presente em uma área mais extensa ou o paciente apresente metástase (presença do tumor fora do local de origem). Nos estágios iniciais, conforme avaliação médica, pode ser feito seguimento clínico, que é o acompanhamento periódico do paciente, após a orquiectomia.

“Não há nada que se possa fazer para evitar, com certeza, a ocorrência de um câncer de testículo. No entanto, não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso, diminuir o consumo de embutidos e defumados e praticar regularmente atividades físicas podem diminuir as chances do seu desenvolvimento”, explica o médico. “A correção cirúrgica da criptorquidia antes do início da puberdade também é muito importante”, complementa.

Autoexame

O autoexame deve ser realizado apalpando-se cada testículo com as duas mãos, à procura de áreas endurecidas, nódulos, porções sensíveis e/ou dolorosas ao toque. Ele deve ser feito regularmente ainda na infância pelo menos a cada seis meses pelos pais com a orientação de um médico. A partir da adolescência, os pais devem incentivar seus filhos a examinarem seus testículos regularmente, pelo menos uma vez a cada mês. “Assim como o autoexame das mamas é estimulado, o dos testículos também deveria ser. É uma relevante medida de prevenção em saúde”.

(Da Assessoria)

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