Um bebê de um ano foi internado no Pronto-Socorro de Cuiabá na tarde dessa segunda-feira (21) com a suspeita de ter ingerido soda cáustica. A mãe, que nega que a criança tenha consumido o produto corrosivo, foi presa após recusar atendimento médico e se exaltar com a equipe médica da Policlínica do Pedra 90, onde a criança deu entrada por volta das 16 horas.
A médica que atendeu o bebê na unidade de saúde contou que a mãe, de 31 anos, informou que seu filho teria se engasgado com uma espinha de peixe. Durante o atendimento médico, no entanto, o pai chegou nervoso dizendo que um vizinho teria visto a criança ingerindo soda cáustica.
De acordo com o relato das testemunhas, nesse momento a mãe da criança teria se irritado e negado a versão do pai. Ela teria sido agressiva com a equipe médica e levado a criança embora do Pronto-Atendimento.
Em seguida, a equipe militar se deslocou até a casa da família no Cinturão Verde, cujo endereço constava no prontuário. No local, a mãe novamente negou que a criança tivesse ingerido soda caustica e tanto ela, quanto o pai, se recusaram a levá-la ao Pronto-Atendimento. Segundo os policiais, o casal apresentava sinais de embriaguez.
Utilizando força física, eles colocaram a mãe na viatura com a criança e as levou até a UPA do Pascoal Ramos. O bebê foi examinado e encaminhado para o Pronto-Socorro Municipal. No PSM, uma nova avaliação indicou que a criança tinha mesmo ingerido soda cáustica, mas, segundo o médico plantonista, ainda seria necessária uma endoscopia para o diagnóstico preciso.
A criança ficou sob os cuidados do pai e a mãe foi encaminhada para a Central de Flagrantes, entregue com hematomas no pescoço.
Segundo a equipe militar, a suspeita já apresentava os sinais, mas seu marido acusa os policiais de a terem agredido. De acordo com boletim de ocorrência, os vizinhos relatam que, antes da chegada da PM, o casal teria brigado e trocado agressões.
Foi feito contato com a conselheira tutelar do Pedra 90. Ela informou que acionaria a equipe noturna para acompanhar a criança, que está sob cuidados médicos no Pronto-Socorro.
De acordo com informações da Polícia Civil, a mãe foi atuada em Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por resistência e omissão de socorro e em seguida liberada. O caso será encaminhado para a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) que prosseguirá com as investigações. “Não temos informações sobre o estado de saúde da criança e nem o diagnóstico médico do que tenha ocorrido”, informou a assessoria da PJC.