Há muito o que dizer sobre o título.
Até porque, muito já foi dito sobre humildade e gigantes.
Você com certeza leu a frase “Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”. Não quero arriscar a autoria dessa frase, porque em uma rápida pesquisa, três nomes me apareceram. Para este texto, o milagre é mais importante que o Santo.
Você também conhece “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”, que consta no Evangelho de São Mateus.
O próprio título foi emprestado de uma das obras do meu escritor favorito, G.K. Chesterton.
Você ariscaria uma definição de humildade?
Se um dia eu o fizesse, provavelmente seria das coisas mais imprudentes que eu já fiz.
Todavia, na sua obra-prima, Ortodoxia, Chesterton faz algo parecido:
“Essa virtude (a humildade) foi amplamente encarada como um freio para a arrogância e para o desmedido apetite do homem, que sempre se esforçou por desejar mais do que possui, através da criação de novas necessidades. Foi a própria capacidade de gozo que destruiu metade das suas alegrias. Na busca do prazer, perdeu o principal prazer, pois o principal prazer é a surpresa. Disso se conclui que, se o homem quiser tornar o seu mundo grande, deve sempre torna-se a si mesmo pequeno”.
O parágrafo completo é mais extenso, mas foi o suficiente para me deixar minutos perplexo refletindo sobre o que eu acabara de ler. Prometi para mim mesmo revisitar esse trecho periodicamente. Acabei falhando nessa promessa, acontece.
Se colocar a humildade e um gigante lado a lado parece ser paradoxal, deve ser porque tal ideia de fato o seja.
Encerro, mais uma vez, com Chesterton:
“Os gigantes que arrancam florestas como quem arranca ervas são criações da humildade. As torres que se elevam nos ares a apontar para as estrelas solitárias são criações da humildade, porque as torres só são altas se nós, para vê-las, olharmos para cima; da mesma forma que os gigantes não serão gigantes se não forem maiores do que nós. ”