Eu era uma criança muito danada, brincalhona, briguenta, provocadora, exigente, criativa, imperativa e com outros adjetivos.
De modo geral, não passava um dia sequer que eu não brigasse na rua ou apanhasse em casa pelas “artes” que realizava. Não tinha jeito, todos os dias da semana eu estava envolvido em confusão, dentro ou fora de casa. A única certeza que eu tinha era: batia nos colegas e meninos da rua ou apanhava dos meus pais em casa.
Especificamente, nas surras que sofria da minha mãe, era uma espécie de primeira instância; já quando a mãe não aguentava bater tanto, era necessário recorrer para a segunda instância, então vinha o meu pai e, por óbvio, a força e a intensidade de suas palmadas eram maiores. Até parece que estamos estudando o direito, em que a Justiça brasileira se subdivide em primeira e segunda instância, mas não é. O caso é real, e o Tribunal da minha casa não tardava em julgar e, muito menos em aplicar as sanções a mim. Foi a justiça mais célere que já conheci em minha vida.
Uma situação me chamava atenção: apesar dos meus pais me corrigirem pelo que eu merecia receber, era perceptível que a ira daquele momento era apenas para aquele momento. Minutos depois, parecia que a ira deles já expirava. A ira era temporária.
Os meus pais precisavam me corrigir. Deus se ira com os seres humanos pelas atitudes impensadas que praticamos. Como se observa, é indispensável que haja a ira de forma temporária para o crescimento individual das pessoas.
Que maravilha! Se fizermos analogia com o amor de Deus, vamos perceber que é a mesma coisa. Deus não quer o nosso mal, pelo contrário: Ele sempre quer o melhor para os seus filhos, mas a certeza que temos é que a Sua ira passa rapidamente.
A ira de Deus é temporária, já a Sua bondade, é eterna. E vamos ser sinceros: por tantas coisas que já fizemos, principalmente, decisões erradas, pensamentos equivocados, brigas desnecessárias e outros mais, em suma, podemos dizer que Deus é clemente, compassivo e misericordioso.
A benignidade de Deus é eterna e atemporal. Mesmo os nossos pais, tendo boas intenções, desejando o melhor para os seus filhos, ainda assim, é quase nada quando se compara com a bondade de Deus.
Agradeço aos meus pais pelas correções que já recebi, mesmo que na época eu não entendesse. Agradeço a Deus por se irar comigo, pois só assim pude aprender mais. E, acima de tudo, grato sou pela Sua bondade eterna dispensada a mim. Saiba que o mesmo Ele fará por você.
Francisney Liberato é Auditor do Tribunal de Contas. Escritor, Palestrante, Professor, Coach e Mentor. Mestre em Educação pela University of Florida. Doutor em Filosofia Universal Ph.I. Honoris Causa. Bacharel em Administração, Bacharel em Ciências Contábeis (CRC-MT) e Bacharel em Direito (OAB-MT). Vice-presidente da Associação Brasileira dos Profissionais da Contabilidade – ABRAPCON. Membro da Academia Mundial de Letras. Autor dos Livros: “Mude sua vida em 50 dias”, “Como falar em público com eficiência”, “A arte de ser feliz”, “Singularidade”, “Autocontrole”, “Fenomenal”, “Reinvente sua vida” e “Como passar em concursos – Vol. 1 e 2”, “Como falar em público com excelência”, “Legado”, “Liderança”, “Ansiedade” e “Mude sua vida em 50 dias Premium“.
