Os estabelecimentos comerciais que autorizados a voltar às atividades na próxima semana em Cuiabá estão prontos para atender as normas de higiene criadas pelo governo do Estado e prefeitura.
Um levantamento feito pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso (Facmat) aponta que 96% das empresas vão conseguir disponibilizar a cliente e funcionários locais para lavagem constante das mãos, álcool 70% e ambientes e objetos higienizados.
Presidente da Facmat, Jonas Alves afirma, entretanto, que há descontentamento no setor empresarial com a possibilidade de os estabelecimentos terem que pagar uma multa de R$ 80 – conforme aprovado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) – por cliente que estiver sem máscara em suas dependências.
Uso obrigatório de máscaras
No decreto 462, editado pelo governador Mauro Mendes (DEM) na última quarta-feira (22), ficou definido que em estabelecimentos privados e prédios públicos, todos devem usar máscaras. E a punição no caso de descumprimento consta em lei aprovada na última quarta-feira (22).
“Nos preocupa muito essa questão de punição e multa. A sociedade como um todo, mas principalmente os empresários, não aguentam mais punições. Acho que usar máscaras é mais uma questão de responsabilidade social e de e educação”.
Jonas avalia a possibilidade de multa como um “exagero”. Para ele, ao invés disso, o ideal seria o Estado promover orientação e recomendação do uso da proteção.
É que , segundo o presidente, pode ser uma situação delicada para os comerciantes ter que barrar clientes por não estarem usando máscaras.
“Lógico que existe um bem maior em relação a isso tudo. Nós empresários estamos preparados para lidar com essa situação, mas como barrar um cliente que queira entrar na loja?”, questiona.
Recuperação da economia
Quanto à reabertura, para o presidente do Facmat, ela pode não representar um reinício imediato das vendas.
Mesmo com a maioria dos segmentos comerciais abertos a partir de segunda-feira (27), ele acredita que o consumidor ainda deve se manter desconfiado pelos próximos dias, o que significa que as vendas podem não ser tão volumosas como se gostaria que fossem.
Nessa semana o secretário de Estado de Fazenda (Sefaz), Rogério Gallo, apresentou dados do impacto da pandemia na economia mato-grossense. Segundo ele, os setores de comércio e serviços tiveram faturamento de R$ 7,1 bilhões.
O valor é a metade do que se faturou em março deste ano, quando o faturamento foi de R$ 14,1 bilhões, no Estado.
Com este cenário, Jonas Alves considera que não deve ser fácil a retomada econômica.
“Vamos levar anos e anos para trazer a economia para o patamar em que estava, para as empresas voltarem a pagar suas contas e voltarem a ter expectativa de crescimento novamente”.
O presidente da Facmat pontua que o grande problema é que, pelo menos, 50% dos empresários vivem em situação de endividamento – e muitos em inadimplência. Nestas condições, conseguir crédito é praticamente impossível e, por isso, a recuperação deve ser mais lenta do que o esperado.